A Lenda do Pássaro Rosa
Em uma cidadezinha distante na China, o imperador mandou presentear as moças do império, ricas e pobres com pássaros rosas. A cada uma foi entregue a missão de cuidar do animal como se fosse seu próprio filho. Existia uma moça pobre, que vivia na aldeia, filha única que ajudava seus pais no campo. A ela foi entregue o pássaro rosa e o recebeu com muita felicidade.
Foram distribuídos cerca de 50 pássaros rosas as moças. O pássaro que tivesse mais bem cuidado, seria dado de recompensa a moça, o oráculo sagrado, que só poderia vir para mãos que fossem merecedoras.
No dia da avaliação dos pássaros rosas, percebeu que o mais cuidado era da moça pobre, o que revoltou a moça rica pois ela achava-se merecedora e julgava-se superior as demais, mas olhando o pássaro da moça pobre, teve certeza que ela receberia o oráculo. Então dominada pela ira, presunção e inveja tramou um plano para tomar o pássaro da moça e difamá-la.
No dia do julgamento, corrompeu o caráter de camponeses comprando seus testemunhos falsos a troca de jóias e ouro. A pobre moça foi acusada pelos camponeses de roubar o pássaro rosa da moça rica. E assim foi difamada e caluniada injustamente sendo condenada a forca em praça pública pelo crime de roubo.
A moça rica recebeu dos sacerdotes o direito e as felicitações do imperador e do povo ao receber o direito de ter o oráculo, do qual ela tomaria posse há uma semana depois.
A tal moça era venerada na cidade como um exemplo de bondade, coragem e lealdade. Foram dados festas em sua homenagem, enquanto os pais da moça pobre foram expulsos da cidadezinha e o corpo de sua filha serviu de alimentos aos animais. Muito envergonhados os pais da moça tentaram defender a honra da filha perante o juíz, mas também foram condenados a morte por desacato a autoridade.
No dia de ser coroada sacertodisa, a moça rica cheia de jóias e com um vestido lindo subiu até ao altar para ser reconhecida. Quando o sacerdote colocou a coroa e passou o oráculo as suas mãos, um pequeno terremoto se deu na estrutura e um voz aguda saía da pira de fogo " Uma assassina não poderá jamais ser merecedora do oráculo Xiine. Esta mulher por causa da sua inveja, ira e maldade difamou a pobre moça acusando-a injustamente de roubou, destruindo a sua vida e de seus pais. O oráculo recusa-se a ir para suas mãos, que o imperador faça uma sábia escolha em seu reino e que dê a parte dessa invejosa; o prato que é merecido para ela provar de seu próprio veneno."
Com essas palavras a voz que saía da pira se foi, e a moça rica foi desmascarada em frente de todos e seu crime foi exposto publicamente. O imperador muito triste e envergonhado pela decisão de condenar a moça pobre, decidiu que a invejosa passaria a vida toda recolhendo lixos pela cidade e sem direito nenhum de ter um bem, trabalharia a recolher e a comer migalhas da mesa dos outros, como um cachorro.
Um dia, ao recolher restos de comida de uma nobre senhora esta lhe disse " Teu próprio veneno te destruiu, a inveja! Você achou que cometendo suas maldades ás escondidas ninguém ia saber das coisas odiosas que fez, mas esqueceu-se - O que o homem semeia também colherá".