A TERCEIRA CHANCE...
Ele propôs uma segunda chance. Ela não aceitou, até porque não seria uma segunda e sim uma terceira chance.
Ele insistia e com fortes argumentos de que o amor ainda existia, a falta que sentia do filho, os planos que ainda tinham e por aí desfiava uma lista de razões como da segunda vez que reataram essa união, que comprometida com uma lista nada menor do que seus argumentos de agora, não dera em nada. Melhor...Dera sim, dera a ela a certeza de que um pouco de amor, saudades e planos não bastavam para reerguer nada que já estava destruído pelo egoísmo, pela falta de visão do que seja partilhar coisas... Imagina, então, vida.
Ela não o aceitou de volta. Não era capricho, não era castigo, não era outro homem dançando em seus pensamentos, não era nada e era tudo. Tudo porquê nesses anos – intervalados por seis meses de separação da primeira vez e agora por cerca de dez meses separados – ela passou e provavelmente ele também.
Não, decididamente ela não queria de volta uma vida sem graça, sem colorido, tão linear que não havia como ter lembranças, já que os dias não diferiam um do outro.
Os anos dentro dessa relação amarfanhada a fizeram exigente, ela ansiava por qualidade, respeito, liberdade no relacionamento; necessitava da loucura e dos desvarios da paixão; aprendeu que os desejos precisam ser esgotados até nenhuma gota restar... Ela queria vida.
A primeira chance os dois se deram quando se escolheram – não deu certo. A segunda chance ela precisava tentar por seu filho – não foi possível continuar.A terceira chance... Era só dela.
Maria Emilia Xavier