Assalto

É incrível como o pensamento viaja longe, em frações de segundo. Especialmente em situações de risco, como esta: diante de uma bela arma calibre 38, sustentada por um assaltante mascarado. Sim, essa é a minha situação.

Nunca acreditei que isso e fosse acontecer. Vemos acontecer com os outros, mas nunca acreditamos que possa acontecer realmente conosco.

Agora, assisto como num filme as imagens de minha mãe. avisando, antes que eu saísse de cas, para não ficar na rua até tarde, que é perigoso. Sinto o peso da minha resposta malcraida: "Já tenho idade suficiente para cuidar de minha vida, mãe". Eu me enganara redondamente.

Com um arrepio na espinha, começo a pensar em minha conversa com Lívia, no caminho da festa de onde estaríamos voltando, se não fosse esse incidente:

- Christian, por que a vida é assim, tão parada? - Ela me perguntou?

- Porque não somos personagens de romance policial. Quem nunca sonhou em viver uma boa aventura?

Acho que a maioria dos sonhadores não pensam em viver exatamente ESSE tipo de "aventura". Na verdade, agora sei que eu nunca quis estar tão perto de um crime.

Lívia me olha com os olhos úmidos, suplicantes.

Tudo me passa pela cabeça em menos de três segundos. Parece que o mundo parou. Não ouço mais nada. Apenas fecho os olhos e espero pelo pior. Concentro-me em um único som: a sirene da polícia. Não posso crer em meus ouvidos. Abro os olhos e não vejo arma ou assaltante.

Ainda consigo ver policiais se aproximando antes de entregar me pavor a um desmaio...

Gabi Correia
Enviado por Gabi Correia em 30/08/2011
Código do texto: T3191062
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