UMA NOVA CHANCE - início

A Rua México estava movimentada. Havia um círculo feito por um aglomerado de gente. Um rapaz se deslocou.

- Com licença. Licença. Nossa quanta gente.

Ao chão, algo o impressionou.

- Meu Deus. Será que ele está morto? Tem muito sangue saindo da cabeça. Deve ter batido com ela.

Pode ouvir pessoas falando sobre o acidente. Parece que um carro o atropelou.

- PERA AI. Não é possível.

Não tinha como acreditar naquilo.

- O que eu estou fazendo deitado ali? É o meu corpo. Mas... como? Como isso aconteceu? Como posso estar morto?

Simplesmente o rapaz estava de frente pro próprio corpo. Como poderia estar de pé.

- Acho que estou realmente morto e em pé está meu espírito... Isso não pode ter acontecido. Mas eu não me lembro o que aconteceu. Não me lembro de nada

Enquanto olhava a cena, horrorizado, Percebeu que ninguém sentia sua presença, confirmando o estado de fantasma. De repente veio um homem de cabelo comprido que batia no ombro em sua direção. Pensou que ele estava olhando para frente e não fixamente em seus olhos. Já que era um espírito.

- Venha comigo. Saia daí!

Ele havia falado. Falou olhando diretamente para seus olhos.

- Está falando comigo?

- Mas é claro. Venha cá!

O rapaz não sabia o que sentir. Ele conseguia vê-lo.

- Como você está me enxergando?

- Essa é minha função.

- Não entendi.

- Eu na verdade sou muitas coisas. Tenho muitas funções. Estou aqui para ajudá-lo.

Conseguiu sentir verdade nas palavras daquele homem. Como tudo estava estranho, resolveu chegar perto já que propôs ajuda.

- Como pode me ajudar?

- Neste momento vim para lhe guiar. Guiar seu pensamento. Mostrar-lhe o que aconteceu.

Finalmente ficaria sabendo o que ocorrera. Entender porque morreu. Havia outro problema além da morte. Não sabia quem era. Quem foi em vida. Apenas reconheceu o corpo. Não sabia o nome, onde morava. Nada.

- Seu nome quando estava vivo era João. Mas agora você é Lucas.

- Como assim agora sou Lucas?

- O espírito vai e volta meu filho. João é uma reencarnação de Lucas. O verdadeiro corpo era do século XX.

- Eu não deveria me lembrar que sou Lucas, ou ao menos João?

- Não agora. Está muito cedo. Isso acontece sempre. Só para você saber, é a terceira vez que morre e eu sempre venho te ajudar a clarear a memória.

- Estou chocado.

- Você sempre fica.

Era difícil de acreditar. Tinha morrido três vezes e o primeiro corpo viveu em algum ano do século XX. Não se lembrava de nada. Mas esperava que lembrasse.

- Quero saber desta vida. Quero saber sobre João. Quero me lembrar.

- Isso eu irei lhe mostrar.

Como num passe de mágica, não estava mais na Rua México. Desta vez o cenário era uma casa.

- Onde estamos?

- Aqui é onde você morou. Nesta casa também moram sua mãe e o irmão dela.

- E meu pai? Porque apenas minha mãe e meu tio?

- Seu pai morreu há dois anos. Estava muito doente. Ele tinha quarenta e três.

- E eu morri com quantos anos?

- Infelizmente novo. Com vinte e oito.

- Pelo o que parece, eu tinha ainda uma longa vida pela frente. Que irônico.

As coisas ocorreram tão depressa que se esqueceu de saber o essencial sobre o homem que o conduzia.

- Esqueci de perguntar algo importante. Quem realmente você é? Qual seu nome?

- A sim, não me apresentei de verdade. Sou o Arcanjo Caio.

- Estou de frente para um Arcanjo! Mas onde estão suas asas e seu cabelo louro encaracolado?

- Mas porque você tem essa visão de Arcanjos?(risos)

- Mas são assim, não são?

- Não todos. Quase a maioria. Anjos e Arcanjos e todos os seres divinos que possuem esta característica são de outra função. E nós quando viemos para a Terra podemos nos colocar em qualquer aparência. Por isso não temos sexo definido. Apesar do nome masculino. (risos)

...

RENAN MOTTA
Enviado por RENAN MOTTA em 16/08/2011
Reeditado em 05/09/2011
Código do texto: T3163708
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