Serenidade
Eclipse,
Corria-se nos ventos, e de repente...
Morte versus Vida!
Minha mente transloucada neste quarto escuro;
via uma paisagem onde brilhava o Sol; lá fora, cobrindo os pântanos e jardins, a Lua, que numa mistura púrpura de algo que remete medo, traçou-se bem diante dum espelho, o destino, no momento que foi fechando-lhe os olhos.
É onde de fato estava eu,
Deitado num caixão coberto de flores,
Velado velando pelos mortos que ainda andam.
Compaixão, esperança e desilusão.
Numa retórica que atiçam aos mortos não invejar os que ainda se movem; sem destino, sem anseios, sem fatos e nem traquejos; e como dizem os mais velhos: - A vida é conseguinte a cada dia.
Onde me pergunto - Somente?
Passa o Sol diante da Lua, assim, eu diante de você distante; e ao entardecer, um novo amor anoitece, uma nova lágrima resplandece em faces transcendentais de risos displicentes.
Valia no meu quarto iluminado de desejos;
a Lua que, sobrepunha o Sol neste momento,
parecia-me exaurir os pensamentos com todo universo movendo-se no caos; ouvi os gritos do silêncio que aliviava os meus sentimentos dissolvidos.
Sinuosamente, lá no canto mais escuro, minha mente desapegada, resmungava dizendo que foi apenas um piscar de olhos dum volver agonizante em vida.