Mayla, Uma História de Superação Através do Amor
Meu nome é Mayla, tenho 28 anos sou médica, filha adotiva de um lindo casal de médicos sou a mais velha de quatro irmãos, somos duas moça e dois rapazes. Tomei uma decisão que não deixou minha família muito feliz, sei que eles ficaram com o coração partido, posso ver a preocupação estampadas nos olhos deles. Mas, preciso fazer isso, preciso buscar minhas origens. Vou contar minha história de vida aí vocês irão entender.
Quando tinha oito anos de idade, meu olhar era vazio, sempre fitando o nada a muito que eles perderam o brilho e a vivacidade da vida. Porque mesmo com tenra idade meus olhos já viram tantos horrores, Pois o país onde nasci já tinha passado por uma guerra e encontrava-se em guerra cível. Pois duas das muitas tribos existente no meu país de origem resolveram que deveriam estar no poder, que deveria comandar o país, o destino de seus cidadãos, por pensarem assim, resolveram que iria lutar contra o governo estabelecido pelo voto, pela vontade do povo. Não respeitaram a memória dos que havia lutado na guerra pela paz. Entrem eles, meu pai que morreu em combate.
Nesta luta, não mataram somente soldados, mais civis também chegavam às vilas e tribos existentes pelo país, devastavam tudo que encontrasse pelo frente, as crianças do sexo masculino acima de oito anos, eram levadas cativas para lutar por eles. Foi no meio deste horror que fui encontrada pela Cruz Vermelha, depois me contaram que eu estava vagando por minha tribo em meio aos cadáveres que já estavam em estado avançado. Além de mim, não sobrou ninguém, eles me perguntaram pela minha família, os guiei até a cabana onde morávamos e mostrei o corpo de minha mãe, perguntaram se eu tinha irmão balancei a cabeça que sim, quantos eram mostrei dois dedos. Perguntaram por eles, mostrei a estrada aí eles entenderam que eles haviam sido levados pelos os rebeldes.
Levaram-me para o campo de refugiados, onde fiquei por um ano, durante o tempo que passei lá, nunca mais conversei, como também não chorava, não brincava com as outras crianças. Ficava sozinha, sentada sempre fitando o nada, se não aparecesse alguém para mudar minha posição, passava o dia todo sentado do mesmo jeito, comia porque alguém colocava comida na minha boca. Foi neste estado de inércia que meus pais adotivos me encontram. Pois quando eles eram estudantes e namoravam havia decidido que iria passar um tempo trabalhando para a Cruz Vermelha como médicos sem fronteiras. Eles se formaram em um dia e casaram no outro dia, para poderem viajar e fazer o bem para tantos que assim como eu sofrem os horrores da guerra. E para minha sorte eles foram parar no campo de refugiados que eu estava.
Assim que me olharam ficaram encantados comigo, mais ao mesmo tempo o coração deles doeu de ver uma menina tão linda e ao mesmo tempo em um estado lastimável. Pegaram-me pela mão me levaram até o alojamento dos médicos e fizeram uma bateria de exames não encontrando nada de anormal com minha saúde para eu estar daquele jeito. Fiquei no alojamento para poderem fazer mais exames comigo. Até que eles resolveram sair perguntado para outros refugiados o que havia acontecido comigo. Então eles contaram a eles como foi que havia sido encontrada e sobre o massacre a minha aldeia. Eles não desistiram de mim. E durante o tempo que passaram lá no acampamento tudo que conseguiram de mim, foi somente que abaixasse meus olhos.
Quando foram embora, fui junto. Pois durante o tempo que estiveram no acampamento aprenderam me amar, então conversaram com a diretoria da Cruz Vermelha que arrumou toda a papelada da adoção. Fui com eles para um novo país, sem guerra, sem conflitos entre tribos e como sua filha mais velha. Mas mesmo assim, continuava na mesma inércia sem nenhum progresso, até que eles resolveram me levar para fazer terapia e tratamento com um médico psiquiatra amigo deles. Foi uma luta muito grande, mais eles, conseguiram me trazer de volta a vida. A cada progresso que eu dava era uma vitória muito grande para meus pais. Só sarei de verdade quando minha mãe chegou certo dia em casa com um bebezinho nos braços me dizendo, Mayla este é o seu irmãozinho que havia te dito que te daria. No momento que olhei para ele, renasci, e um sorriso aflorou em meus lábios. Meus pais choram de emoção.
Foi para a escola depois disto, estudei me formei e agora quero voltar a minhas origens, assim como meus pais, quero trabalhar como médico sem fronteiras, sabe que o que preocupa meus pais não é o fato de ir. Mais sim, por ter medo que eu não consiga suportar tanto horror novamente, eles tem medo que eu volte a me trancar novamente e não consiga mais voltar. Mais sou forte, além do mais sei do imenso amor que todos da minha família sentem por mim. O amor deles por mim, é tanto que minha irmã está indo comigo para trabalhar como voluntária Sei que isso é amor e preocupação eles não querem me perder para um conflito da alma, querem que eu saiba o quanto eles me ama e se importam comigo.
Quando chegamos ao meu país de origem e nos apresentamos a Cruz Vermelha fomos levadas para um campo de refugiados, muito parecido com o que eu estava. No começo, trabalhei sem descanso mais com o passar dos meses, fui tento descanso então eu e minha irmã juntamente com mais dois médicos do acampamento saímos pela cidade à procura de informação sobre meu passado. Até que certo dia encontramos pessoas que se diziam ser parentes, então perguntei pelos meus irmãos. Eles me disseram que o mais velho havia morrido pouco tempo depois que foi levado pelos rebeldes e que o mais novo, havia resistido e se tornado um tirano. Havia sido treinado na guerrilha para isso. Então manifestei o desejo de vê-lo. Pediram-me um tempo para falar com ele. Esperei mais de mês para obter a resposta.
No dia e hora combinada fui vê-lo, juntamente com os parentes que havia encontrados. Quando ele entrou na sala que eu estava, reconheci os traços de meus pais nele, mais não o reconheci. Não! Aquele homem de olhar duro, gestos brutos, fala arrogante não podia ser meu irmão. Ele estava perdido para o mundo, só vivia em função da guerrilha, para ele laços de amor, de ternura não mais existia, seu coração era pedra bruta. Quando ele se foi chorei muito, pois sabia que o único membro vivo da minha verdadeira família estava perdido para mim. Para ele, eu não era mais sua irmã. Sai lá aos prantos e arrasada, quando cheguei ao local onde minha irmã e os dois médicos amigos estavam me esperando, pois eles não puderam ir para a própria segura, dois braços me abraçaram com tanto amor e não eram os braços de minha irmã.
No outro dia, após a nossa jornada de trabalho, ele veio falar comigo e me disse que deste o primeiro minuto que me viu se apaixonou por mim, queria que eu fosse sua namorada. Três meses depois estávamos casados, um capelão da Cruz Vermelha fez nosso casamento. Minha irmã foi minha madrinha e o outro médico que já estava namorando minha irmã foi o padrinho do meu marido. Um ano depois saímos do campo de refugiado e como meu pai, sai com uma menina de seis anos que adotamos. E hoje sou muito feliz, pois tenho uma família linda que amo e sei que me amam também. A guerra civil no meu país acabou. Sei por que meu marido e eu sempre vão lá. Vou porque tenho parentes lá que estamos sempre ajudando e também para ir até o quartel onde meu irmão está preso como prisioneiro de guerra para vê-lo. Pois tenho esperança que um dia ele sai da prisão, esqueça todos os horrores por ele vividos e refaça sua vida. Como também vou para ele saber que tem família aqui fora que o ama e acredita nele. Desta última vez que estivemos lá na prisão o achei mais sociável, pois estamos pagando uma psicóloga para trabalhar com ele. Tenho fé tudo irá dar certo para ele. Pois aprendi a ter fé, na vida, no futuro e na esperança. Meus pais amados me ensinaram a ter fé e acreditar no ser humano. Mesmo quando tudo está e parece perdido, pois se estou aqui hoje é porque eles tiveram fé e esperança mim. Nunca desistiram de mim.
Lucimar Alves