O velho homem
O velho homem
O velho homem caminhava sempre lentamente com sua barba longa e branca de papai Noel.
O velho homem quase não falava. Só caminhava. O velho homem caminhava com sua roupa rota e sua Jaqueta velha de general.
O velho homem dormia em qualquer praça ou calçada, sob o céu estrelado às vezes nublado, ele não se importava.
O velho homem parava à tarde, sempre às seis da tarde. O bar do Sam era o local. Eu o seguia com o olhar, e a curiosidade a me sufocar.
O velho homem parava em frente ao balcão e permanecia calado, olhar distante, até que era servido de um copo de cachaça, tomava tudo de um gole, fazia uma careta e em silêncio se virava e seguia seu caminho a caminhar. O Sam pegava o copo, lavava displicente, o olhar seguia o velho homem até ele desaparecer. Passava um pano no balcão por alguns segundos depois continuava a servir os outros clientes sem nada comentar, para ele era quase um ritual diário e todos já sabiam e respeitavam.
Era sempre assim, todas as tardes o velho homem vinha com o por do sol, e eu observava aquela cena por traz de meu copo de cerveja gelada.
Depois de muito tempo em que a curiosidade me apertava, resolvi saber mais sobre aquele homem que me intrigava.
E foi o também velho japonês chamado Sam, dono do bar que eu freqüentava, que depois de alguns segundos a meditar resolveu tudo me contar.
Seu Antonio, (era esse o nome do velho homem) veio ainda jovem do estado do Ceara para na cidade grande uma nova vida começar. A labuta foi grande, mas o dia que conheceu Maria Lucia resolveu que com ela iria se casar.
Trabalhava dia e noite para sua família sustentar, com o tempo nasceu Maria Rita para sua felicidade aumentar.
Aos quinze anos Maria Rita era uma flor de formosura que a todos encantava e a vida para Antonio na perfeição se encaminhava.
Mas o destino é traiçoeiro, embusteiro, ele não gosta de felicidade parece que ele só aprecia a maldade.
Naquele dia Antonio tinha trabalhado muito, era uma sexta feira especial, pois na madruga de sábado ele e suas duas amadas iriam viajar, já estava tudo pronto e na praia, o fim de semana iriam passar.
Chegou em casa radiante, mas quando desceu do carro seu coração ficou alerta, pois alguma coisa não estava certa, as luzes ainda apagadas, o silêncio. Antonio ainda tentou tirar os maus pensamentos, mas quando abriu a porta e viu sua sala toda bagunçada de seu corpo o desespero se apossou.
O velho homem gritou pelo nome das mulheres, mas não obteve resposta, em desespero correu para o quarto e a cena que viu foi chocante e num grito alucinante viu sua mulher e filha caídas nuas e ensangüentadas, as duas tinham sido mortas e estrupadas.
Daquele momento em diante tudo se acabou para aquele homem, era como se Le tivesse sido morto com sua família.
Hoje o que vemos é só o corpo do velho homem, que vai e vem, caminhando sem destino. O velho homem caminha e espera o dia em que finalmente suas Marias venham lhe buscar.
O velho homem
O velho homem caminhava sempre lentamente com sua barba longa e branca de papai Noel.
O velho homem quase não falava. Só caminhava. O velho homem caminhava com sua roupa rota e sua Jaqueta velha de general.
O velho homem dormia em qualquer praça ou calçada, sob o céu estrelado às vezes nublado, ele não se importava.
O velho homem parava à tarde, sempre às seis da tarde. O bar do Sam era o local. Eu o seguia com o olhar, e a curiosidade a me sufocar.
O velho homem parava em frente ao balcão e permanecia calado, olhar distante, até que era servido de um copo de cachaça, tomava tudo de um gole, fazia uma careta e em silêncio se virava e seguia seu caminho a caminhar. O Sam pegava o copo, lavava displicente, o olhar seguia o velho homem até ele desaparecer. Passava um pano no balcão por alguns segundos depois continuava a servir os outros clientes sem nada comentar, para ele era quase um ritual diário e todos já sabiam e respeitavam.
Era sempre assim, todas as tardes o velho homem vinha com o por do sol, e eu observava aquela cena por traz de meu copo de cerveja gelada.
Depois de muito tempo em que a curiosidade me apertava, resolvi saber mais sobre aquele homem que me intrigava.
E foi o também velho japonês chamado Sam, dono do bar que eu freqüentava, que depois de alguns segundos a meditar resolveu tudo me contar.
Seu Antonio, (era esse o nome do velho homem) veio ainda jovem do estado do Ceara para na cidade grande uma nova vida começar. A labuta foi grande, mas o dia que conheceu Maria Lucia resolveu que com ela iria se casar.
Trabalhava dia e noite para sua família sustentar, com o tempo nasceu Maria Rita para sua felicidade aumentar.
Aos quinze anos Maria Rita era uma flor de formosura que a todos encantava e a vida para Antonio na perfeição se encaminhava.
Mas o destino é traiçoeiro, embusteiro, ele não gosta de felicidade parece que ele só aprecia a maldade.
Naquele dia Antonio tinha trabalhado muito, era uma sexta feira especial, pois na madruga de sábado ele e suas duas amadas iriam viajar, já estava tudo pronto e na praia, o fim de semana iriam passar.
Chegou em casa radiante, mas quando desceu do carro seu coração ficou alerta, pois alguma coisa não estava certa, as luzes ainda apagadas, o silêncio. Antonio ainda tentou tirar os maus pensamentos, mas quando abriu a porta e viu sua sala toda bagunçada de seu corpo o desespero se apossou.
O velho homem gritou pelo nome das mulheres, mas não obteve resposta, em desespero correu para o quarto e a cena que viu foi chocante e num grito alucinante viu sua mulher e filha caídas nuas e ensangüentadas, as duas tinham sido mortas e estrupadas.
Daquele momento em diante tudo se acabou para aquele homem, era como se Le tivesse sido morto com sua família.
Hoje o que vemos é só o corpo do velho homem, que vai e vem, caminhando sem destino. O velho homem caminha e espera o dia em que finalmente suas Marias venham lhe buscar.