O motorista,a amada e o corno militar


Uma empresa de ônibus é movida por motoristas e cobradores. Existem os outros funcionários do tráfego, tesouraria, escritório, oficina, manutenção. Mas se motoristas e cobradores não estiverem no veiculo na rua, nada adianta.
O fato que vou narrar aconteceu numa época onde celular não existia. Mas fato que não impedia que tudo fosse atualizado. Porque não existe no trecho algo mais poderoso que a Radio Peão. Acreditem vocês ou não. Quem conhece o trecho sabe que tenho razão.
Cada trabalhador tem seu lugar e seu valor na nossa sociedade. Mas esse texto fala de cobradores e motoristas urbanos.E que ninguém se engane são muito inteligentes e espertos.
Vamos aos nossos personagens, ele motorista, careca, tipo calado, uns 40 anos. Ela uma senhora de mais idade, a quem os colegas chamavam de a velha do Maneco.
Ele casado, ela mulher de um militar aposentado. Moradora do bairro cujo motorista fazia a linha.
Não precisa ser gênio para adivinhar que estavam tendo um caso. Em um ponto final movimentado como aquele,todo mundo sabia.Alias a cidade inteira sabia.Isso entre a classe social que a estória esta sendo contada.
Todo dia estava ela, cuidando do Maneco. Levava almoço, lanche. E ainda agradava os colegas dele.Ela não sabia que a lei do trecho é sagrada.Peão vê tudo,sabe de tudo.Mas não comenta nada.Cada um cuida de si.E uns dos outros.
Aquilo virou rotina, ninguém reparava mais. Passou o tempo.O nosso Maneco aproveitou que a amada lhe dava tudo,comprou moveis no nome dela.Ele não pagar não foi o problema.O problema foi ele querer terminar o caso.e ainda dar uns sopapos nela.
A amada, que não tinha muita inteligência, contou para o marido. Só que apareceu dinheiro emprestado no meio da narração dos moveis.
Todo mundo na delegacia, o corno militar, a amada. La estava também o Maneco acompanhado da esposa, que de boba não tinha nada. Preferiu os moveis e o marido.Somente o corno militar não sabia a realidade dos fatos.E começou o esclarecimento.
O Maneco disse que ela tinha dado os moveis. Que ela não levou sopapos dele. Que ela tinha tentado seduzi-lo,que aceitou o presente sem maldade.Que o dinheiro não tinha visto não.Ali estava a esposa para comprovar sua versão.Que aquilo era armação.
A amada nervosa explodiu, ele tinha prometido que era dela. E agora queria abandoná-la.Que não importava moveis,dinheiro,só queria ele.
O corno militar enfim percebeu a questão. Deixou tudo pela versão do Maneco. Porque tinha perdido a reputação.No meio da confusão ainda teve que levar a esposa inconformada dali aos arrastões.
Conto agora como ficou a confusão. A amada perdeu o seu vidão, o militar corno recuperou a reputação, Com o Maneco nada aconteceu não.
Passaram anos e vi a amada com uma sacola na praça esperando o Maneco. No mesmo ritmo sua paixão.



Su Aquino
Enviado por Su Aquino em 19/07/2011
Reeditado em 12/10/2011
Código do texto: T3105452
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