Damas da noite

Cabaré é algo que quase não existe mais.

Naquele sábado chuvoso, o cabaré de Odete estava bem movimentado.Valdirene morena faceira, desfilava com uma blusa vermelha bem decotada,deixando a amostra um belo par de seios sentia-se a própria dama da noite.

As outras meninas circulavam entre as mesas, o cheiro de cigarro e de perfume barato invadia o local.Val como era chamada carinhosamente, era uma mulher alta, morena, olhos castanhos sedutores, e um corpo escultural.

Aos 18 anos entregou-se ao namorado, um sujeito sem escrúpulo, vil e mentiroso.abandonou a pobre coitada, alegando que ela não era virgem quando a conheceu.

Seu pai ficou sabendo, aquilo era uma desonra para a família, sua mãe chorando,Implorando, para que ele não a expulsasse de casa, tudo em vão. Aos prantos sentada num banco de praça, conheceu Odete, que durante muito tempo freqüentou o cabaré de Ana galega.

Sem casa, com fome, só com a roupa do corpo,não tinha alternativas, aceitou passar uma semana ajudando Odete. O tempo foi passando e ela foi ficando.

O cabaré de Odete tinha várias meninas, a história de Val não era diferente da sua. Espancada, maltratada e expulsa de casa pelo pai, havia sido enganada pelo namorado,que fugiu ao saber de sua gravidez. As palavras ditas por seu pai deixaram marcas que doem mais que as pancadas.

Dois meses depois de ser expulsa de casa, aconselhada por Ana galega fez o aborto.Com pouco tempo tornou-se a mulher mais solicitada e desejada do cabaré.

Geralmente a dona do cabaré é uma mulher madura, com bastante experiência, mulher vivida e sofrida.

A chuva agora caia fina. A radiola de ficha tocava a musica A ultima canção de Paulo Sérgio. No rosto de Valdirene estampou-se um sorriso,quando foi convidada por um rapaz para sentar-se em sua mesa.Tudo na vida tem sua primeira vez e juntamente quando chega o momento de ir para a cama pela primeira vez com uma pessoa, na estréia do sexo com quem você ainda não tem muita intimidade, principalmente num cabaré, era o que estava acontecendo com

Antero do miúdo. Com 15 anos de idade, um rapaz muito tímido, nunca namorou, filho de mãe solteira, ele e a mãe Zulmira moravam com dona Esmingarda, e seu Godofredo que detestava o tal pai de Antero. Tinha o maior desgosto, como é que Zulmira filha única, criada com o maior amor e carinho, vivia abrindo as pernas pra um sujeito sem escrúpulo ,vulgar, e enganador.

Zulmira tinha 36 anos, há 16 anos era caso de Geraldo que era casado, tinha dois filhos com Teresinha de Jesus, que nunca desconfiou de nada.

Não se pode dizer que Zulmira era amante de Geraldo, este nunca fez nada pelo filho, muito menos por ela. Não vale o que o gato enterra, dizia seu Godofredo.

O avô Godofredo foi quem assumiu o neto, dando-lhe amor e conforto, mas Zulmira continuava encontrando-se e acreditando na conversa bonita de Geraldo.

Se tinha uma coisa que Val fazia com maestria, era transar com um donzelo, adorava ensinar a arte de amar, acertaram a parte financeira e foram para o quarto.

O quarto era limpinho, uma cama patente de solteiro com colchão de capim, forrado com um lençol de chita. No canto um balde com água e duas toalhas e uma bacia.

Antero olhava abismado, tudo pra ele era novidade. Carinhosamente Val o levou para cama, despiu-se, Antero sentiu o calor do corpo de Val, fechou os olhos, meio sem jeito, as suas mãos trêmulas deslizava sobre suas coxas, queria logo penetrá-la, tirou a roupa rapidamente e jogou-se sobre ela, era a inexperiência dele que mais a excitava,ensinando a ele onde e como fazer, como todo amor e carinho.

Os sexo se misturando, os corpos exalando o cheiro de sexo, a cama rangendo,ela gemendo, a chuva caindo. Ele aprendeu rapidamente, e já lhe dava bastante prazer.

O cabaré ainda continuava movimentado,Suely e Kelly bebiam uma dose de Whisky Royal Label pago por Betinho do querosene. Antero despediu-se de Val prometendo voltar,disse que gostou muito dela.pagou além do acertado .Val o alertou para ter cuidado pois já era tarde.Caminhava apressado,pulando as poças d’águas,feliz da vida.

Existem vários tipos de putas, aquela que sai da casa dos pais para casar com um cara de bem e o trai. As que estão nas ruas, na maioria das vezes estão até por necessidade ou por não ter coragem de enfrentar trabalho honesto.

Antero voltou ao cabaré dias depois a procura de Val,queria tê-la novamente, gostou muito dela, mas não a encontrou. Odete a dona do cabaré não sabia dizer exatamente onde a jovem estava. Disse-lhe apenas que ela tinha ido morar com um sujeito, um tal de Geraldo.

Marcos di castro

Abril/2008

Marcos di Castro
Enviado por Marcos di Castro em 15/07/2011
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