A simplicidade do amor
Ela me ligou toda feliz, perguntando o que eu achava de um novo casamento. De quem Mãe? Eu já casei de novo; não minha filha, sou eu, me pediram em casamento. Achei engraçado e exclamei que maravilhoso quem é o corajoso? E brinquei, ele já sabe que a senhora é viúva pela segunda vez? Rimos e ela respondeu que ele já sabia não se importava de morrer em seus braços, e que, ganhara dois presentes: uma franguinha e um vaso com rosas mesquitas. Ela estava radiante, só falava que gostou dele, que era um velho amigo do falecido e que se conheciam há muito tempo; que ultimamente ele a visitava, e que tomavam cafezinho com biscoitos no fim da tarde. Frequentemente passeavam no sitio e que ele entendia de plantações, criação de aves e cavalos. Do outro lado eu era toda- ouvidos, ao mesmo tempo em que a minha mente, jogava-me para um passado lindo, em que eu vivi um amor assim. Pedia-me conselhos e não sabia que era ela, quem estava inundando a minha alma de sentimentos tão puros. Passei a visitá-la mais vezes, a ouvi-la falar nele, e principalmente vê-la rejuvenescer aos 74 anos, a voltar a pintar os cabelos, renovar o guarda roupa, cuidar das unhas com cores leves, viajar para os seminários da igreja, ir à praia. A minha mãe estava amando! Conversei com todos da família para não interferirem, que a deixasse livre para amar, era algo novo e há tanto tempo ela não experimentava um sentimento assim. Decidiram não morar juntos por enquanto, mas sim namorarem. Livres, respeitam o jeito de viver de cada um. E ela, ah! Com o seu jeito simples de amar, é uma nova mulher com o seu amor de 65 anos.