02:13 a.m.

Quantas sensações o frio da noite ainda traz. Minha alma mergulha, lenta e profundamente no seu ser; por distração qualquer sua mão rouba meu coração inteiro; arranca-o de uma vez só e o toma para si. Restam-me as lembranças do seu pulsar: batidas no vazio que reverberam em cada centímetro do meu corpo e afundam aquele espírito ainda mais. Pergunto-me se, por pelo menos um dia, impelirá minha vida outra vez.

Não há defesa para tal ataque. Aqueles olhos negros têm sua magia. Rendo-me, exatamente como fiz e como faço ao toque dos teus lábios. Ah, que grande pesar leva para longe a minha paz! Algumas dúvidas cheias de lágrimas não são suficientes? Perdoe-me, claro, mas bem sabe que o coração já não é mais meu e anda distante daqui. Corre louco decerto, frenético e ansioso, mas sem que possa trazê-lo de volta.