A COLHER DE PEDREIRO

O menino em suas brincadeiras encontrou nos entulhos de velha construção uma colher de pedreiro.

Quando sua mãe o viu brincando alegremente com a velha e enferrujada ferramenta, ficou preocupada, e falou:

_Cuidado filho... Você pode se machucar com esta colher de pedreiro. –

O garoto apenas sorriu e continuou brincando, assentando tijolos imaginários.

A mãe insistiu: _ É melhor você encontrar outro brinquedo, isto aí é coisa de adulto, é uma peça acabada e enferrujada não tem mais serventia alguma. –

Novamente o garoto sorriu a olhou nos olhos e falou emocionado:

_ Mãe, esta colher de pedreiro construiu nossa casa, a pessoa que a usava foi um homem que construiu muitas e muitas casas iguais a nossa. –

A mulher compreendendo que as crianças na sua inocência são essências que o ego ainda não dominou, assim possui latentes as capacidades iluminadas da alma.

Uma dessas capacidades é ver a aura da natureza e sentir as vibrações e energias imantadas nos objetos.

Com muito carinho perguntou:

_ Filho, você pode dizer para a mamãe o que está vendo neste brinquedo? –

O menino em tom sério diz:

_ Mãe, vejo um homem muito feliz, beijando, acariciando, esta colher e dizendo: “Muito obrigado minha amiga por ter me ajudado a construir tantas casas, a assentar tantos tijolos que acho que chegaria ao céu. Que Deus te abençoe pequeno pedaço de metal, por ter me ajudado a criar minha família e viver uma vida honrada. “ –

Depois destas palavras o garoto abraçou a mãe dizendo:

_ Me deixe brincar mais um pouco, depois a Senhora leva esta ferramenta ao seu destino. –

A mãe o beijou com lágrimas nos olhos e disse:

_Sim filho, pode brincar mais um pouco, depois levo esta ferramenta para a sucata, da sucata ela vai para o fogo para ser derretida e novamente moldar outra peça importante a servir o homem, pois este é o seu destino –

Enquanto o garoto continuava sua brincadeira imaginaria.

A mulher olhou para o céu e disse:

_Obrigado Senhor por esta lição que me envias através da inocência do meu filho.

Permita Senhor que minha alma veja o valor de objetos de aparência simples, e também de pessoas aparentemente simples.

Que tanto são úteis ao nosso mundo. –