A MALA CHEIA DE DINHEIRO

A MALA CHEIA DE DINHEIRO

José era um pobre homem... Um homem pobre. Ele trabalhava de sol-a-sol como pedreiro de acabamento. Sua vida e a da sua mulher e dos quatro filhos era sofrida. Sua mulher trabalhava de trocadora de ônibus na pequena cidade para ajudar na manutenção da casa e sustento das crianças pequenas. Ela estava grávida de cinco meses de gêmeos.

José era um marido cuidadoso. Maria era uma mulher caprichosa e trabalhadora. Os dois cuidavam do barraco onde moravam à beira da autovia da cidade. Tinham uma horta no fundo do pequeno quintal. Os dois não mediam esforços para dar aos filhos o alimento de cada dia, roupas, calçados e estudo. Eles eram felizes e religiosos. Todos os dias oravam e rezavam a Deus pedindo uma vida melhor e mais conforto para si e os filhos menores.

Mas o destino e a sorte não lhes sorriam: José ficou desempregado, pois, o prédio onde trabalhava havia terminado a construção dos poucos apartamentos. Maria tinha sido despedida, provavelmente em face de sua gravidez.

E agora, o que fazer para o sustento da família?

Maria rezava seu terço todos os dias. José implorava aos céus um novo serviço. Os parentes deles os ajudavam nos alimentos e vestuário das crianças. O tempo passou. Maria deu a luz a duas crianças sadias. Eles estavam felizes com o nascimento dos bebês. Porém, como criá-los decentemente. Faltavam fraldas, roupas, o leite...

José, numa noite fria, foi a missa do padre Fernando. Depois da missa resolveu confessar-se. Contou parte da sua miserável vida. O padre o abençoou e lhe disse para ter fé, esperança em Deus.

Mais um dia amanheceu na pequena cidade de José. Este tomou café preto puro. O pão era reservado às crianças. Ele pegou suas ferramentas e saiu pela estrada a fora em busca de trabalho.

José caminhou... Andou pela beira da autovia... Em determinado momento deu-lhe vontade de ir ao banheiro... Ele já estava longe de casa... Então... Então...

José não teve outro recurso senão adentrar ao matagal à beira da estrada. Ele caminhou para o mato. Adentrou um pouco mais... Depois de satisfazer a necessidade fisiológica, pegou um atalho para ganhar a autovia novamente. E aí... E aí... Ele viu uma mala meio usada. Aproximou-se da mala... E a abriu...

Uau... Uau... Cristo seja louvado, gritou o homem abestado e surpreso: a mala estava cheia de roupinhas de bebês e abarrotada de dinheiro... Ele nunca tinha visto tantas notas de 50 e de 100 reais juntas...

Então José apossou-se da mala... Levou-a para casa e a mostrou a sua mulher e às crianças... Todos ficaram alegres e felizes. A mulher falou e disse: José, foi Deus quem nos enviou esta graça... Devemos agradecê-Lo... À noite vamos à missa... E o homem: você está certa Maria. Aconteceu um milagre em nossa vida...

À noite eles foram a missa do padre Fernando, rezaram, oraram, agradeceram o milagre da Mala cheia de roupinhas e de dinheiro e José fez uma oferta, uma partilha generosa ao Deus-Senhor...

F I M

Luiz Limagolf