Revertério
Estava eu andando pelas ruas do centro de São Paulo, curtindo o início das férias, quando encontro repentinamente o Gaspar. Que satisfação foi encontrá-lo! Um dos melhores amigos que fiz na minha solitária vida.
— Não acredito que fui encontrá-lo logo aqui no centrão – disse Gaspar todo admirado
—Pois é Gaspar, mundo pequeno esse, não?- respondi perguntando.
Aproveitando o ensejo, fui convidado a conhecer uma churrascaria que ficava a duas quadras de onde nos encontramos. No trajeto, Gaspar não parava de elogiá-la. Era duas horas da tarde, meu estômago estava fazendo companhia à minhas costas e eu já me imaginava devorando um prato bem farto.
Quando chegamos, notei que Gaspar não estava exagerando. De fato a churrascaria era bem requintada, aconchegante e o serviço de primeira. Corri ao banheiro e lavei minhas mãos o mais rápido possível. Ao retornar a mesa, Gaspar estava atracado com uma costela. Eu prontamente o ajudei naquela tarefa. Mal um garçon nos servia, vinha outro com outro tipo de carne. Em quinze minutos já me sentia empanturrado. Em seguida, desabotoei meu cinto para tentar respirar melhor. Enquanto isso, Gaspar ainda pediu um coca-cola para ver se ajudava a descer todo o volume ingerido.
Criamos coragem de nos levantar, pagamos a conta (que foi tão salgada quanto à picanha) e fomos à casa de Gaspar. No caminho, senti com se tivesse um Alien dentro da minha barriga de tanto que mexia. Uma gota de suor frio desceu pela minha testa e comecei a andar com certa dificuldade. Chegando lá, já me contorcendo todo, pensei em pedir para usar o banheiro, foi quando avistei Leila, sua mulher, que já era minha amiga bem antes do Gaspar, tão entusiasmada com a minha chegada surpresa, que correu em minha direção e me deu um daqueles abraços de urso com tanta efusão que acabei por me borrar ali mesmo na sala.