O meu eu, a caneta e o papel

A noite lá fora chora tua ausência

a luz do quarto ofusca meus olhos já cansados de mais um dia

as árvores batem na janela do meu quarto

incrível como a noite pode ser tão convidativa

vou até a janela

olho para a lua

o céu está sem estrelas

olho-me no espelho

vejo o quanto estou desengonsado

abro a janela e saiu do meu quarto, fico no parapeito da janela

sinto uma vontade louca de expressar toda a morte que me consome, volto e pego um papel e uma caneta

a lua é a Deusa da minha inspiração

mas hoje parece que nem ela suporta minha presença...

Pois se escondeu por detrás das nuvens

sinto uma dor em comum em meu peito, é a dor de está sozinho com meus pensamentos...

Eles tomam conta de mim

sinto-me morrendo a reviver tudo denovo

meu peito inerte chora não ser o que tanto deseja

tento passar para o papel esse sentimento, mas nada sai

o vazio que tomou conta do nada que existe em mim continua a me perturbar

profana é a dor que a cada segundo dilacera meu ser

a lua volta a brilhar no meu céu

ela devolve-me a razão

das cinzas retorno

olho para minha mão e percebo que a caneta e o papel ainda estão ali...

Mas acabo de passar por mais um daqueles momentos que tanto detesto, mas que infelizmente não param de me assombrar, e como todo fim de desespero...

... Só me restou...

O meu EU, a caneta e o papel