Sorte?
Marcos, 43 anos, trabalhava como metalúrgico,
é separado e tem uma filha de 17 anos.
Era aniversário de sua filha e ele, mesmo sem ter condições financeiras pra isso, prometeu-lhe um celular de última geração.
A menina completava 18 anos, mas era tão
miudinha que aparentava 15.
Ele estava disposto a cumprir sua promessa, marcaram um encontro em frente ao cursinho de inglês que ela fazia, de onde ele a levaria para tomar um lanche e entregar-lhe o presente.
Chegando o dia do combinado, Marcos deveria estar no local às 17 horas, mas saiu do trabalho bastante frustrado, pois não conseguiu um empréstimo com amigos, como planejara,
porque todos estavam no "zero".
Marcos então pegou seu ônibus e partiu de encontro à filha.
A menina estava prestes a sair do cursinho e, assim que saísse, iria para a frente do prédio numa avenida movimentada de São Paulo.
O pai, muito triste e por sinal muito atrasado também, enfrentou ainda um trânsito terrível e, a poucas quadras do local, parou de vez!
Marcos, vendo que chegaria muito atrasado, resolveu descer do ônibus e seguir a pé e, enquanto caminhava pelas calçadas, pensava em como diria à filha que o celular ficaria para o outro mês...
Quando virou uma esquina, trombou com um homem aparentando ser bem de vida, trajava terno e gravata e, nas mãos, tinha umas pastas.
O homem, muito educado, desculpou-se com Marcos, dizendo:
- Perdão, estou muito atrasado para ir ao banco!
Marcos aceitou suas desculpas, dizendo:
- Então corra, pois o banco já estava fechando
quando passei em frente!
O homem agradeceu e foi embora!
Marcos continuou sua caminhada, de repente ele tropeça num pacote não muito grande, ele se abaixa e o apanha...
Quando abre o embrulho, se depara com um montante em dinheiro e não acredita no que está vendo!
Então se lembra do homem com quem trombou a uma quadra dali e, pergunta a si mesmo:
- Será que era dele esse dinheiro? Será que devo devolver? Oh meu Deus! O que eu faço?
Um silêncio toma conta de seus pensamentos,
e então decide ficar com o dinheiro!
Ele se dirige até uma loja de celulares, escolhe
um de última geração e efetua a compra.
Enquanto isso, sua filha, impaciente, esperava em frente ao prédio.
No banco, aquele homem que trombou com Marcos, espera para ser atendido, nervoso, pois teve problemas com a porta giratória.
Chegando sua vez, ele passa todas as contas para o caixa do banco, que ao ver que uma das contas estava vencida se negou a passá-la pois tinha que ser paga no banco no qual a empresa tem conta.
O homem então exclama:
- Mas como? Hoje é dia tal e o vencimento é só no dia tal (posterior)!
O caixa do banco responde:
- Senhor, está escrito aqui: “Receber dentro da data de vencimento, após essa data, pagável somente no banco correspondente.”
O homem, nervoso, sai do banco, pega seu carro e parte em disparada!
Enquanto isso no outro quarterão, a filha de Marcos, continua impaciente esperando pelo pai, quando de repente, olha do outro lado da avenida e pensa tê-lo visto entrando numa loja.
Sem pensar duas vezes, a menina atravessa, sem se dar conta que um carro vem em alta velocidade...
E é atingida em cheio!
Ela bate no capô e é lançada para longe...
Foi fatal!
As pessoas correm para ver o que aconteceu
e tentam socorrê-la, mas ela já estava morta!
O motorista desce do carro e diz:
- Não foi culpa minha! Estava aberto pra mim, ela que apareceu na minha frente! Eu não pude evitar!
Testemunhas confirmam essa versão!
O pai da menina vê aquela aglomeração e se
aproxima da multidão que rodeia aquele corpo...
Quando ele chega mais perto, vê a filha estirada no chão...
Se ajoelha ali mesmo...
Em uma das mãos, ele levava o tão sonhado presente da menina e, na outra, o pacote de dinheiro que havia achado...
Ele então grita:
- Não, minha filha não! Quem fez isso? Vou matar!
Então o homem que atropelou a menina aparece atrás dele e diz:
- Fui eu! Mas não tive culpa!
O pai, furioso, se levanta para ver a pessoa que matou sua filha...
Ainda com os pacotes nas mãos, ele se vira, olha e, atônito diz:
Você?
O homem responde:
- Sim! E esse pacote em sua mão me pertence e,
é por causa dele, que eu sai nervoso do banco!
**
Caros leitores, depois de vocês lerem esse texto,
faço a seguinte pergunta: E a vida, ela ensina?