Emma

Emma sai, não tem jeito, é chamada ao labor. Em seus pensamentos o dia seria enfadonho, pesado, Emma não gosta de dias mornos, vida morna. Mas não foi tão pega de surpresa, já era latente em seus pensares toda a cena. E suas horas trabalhadas pareciam tão insignificantes quanto ao valor que deu ao que se passava em sua vida naqueles dias.

E por não ter um credo, uma crença se sentia vaga, a quem pedir uma ajuda? Se tivesse a quem pedir talvez fosse mais reconfortante. Mas os dias passaram lentos, Emma tem um talento para superar a dor, e sabe que quatro dias dolorosos para ela são vividos como se sofresse por seis meses. E choveu, estava frio em sua cidade, seu apartamento era gélido, olhou-se no espelho viu-se abatida.

Nessa noite úmida, gelada, Emma meditou que o tempo havia transcorrido numa velocidade absurda, dormiu melhor... Como de costume, acordou cedo, fez sua rotina da casa, banhou-se, arrumou-se, entrou no metrô já meio cheio, mas ela se absteve da confusão real, pois enquanto reclamavam do mal estar do metrô ela ouve músicas. Chegando ao seu destino, sobe as escadarias do metrô e quando chega à rua imagina, acabou! Não tenho mais tempo para a dor. E fundiu-se no meio da metrópole. Passantes, buzinas, carros... e assim inseriu-se em sua vida, fez parte dela, queria esquecê-la por uns dias. Não pode refugar, há que sentir!