A MENSAGEM DA RUA

O dia começava num ritmo frenético e Valmir seguia com a pressa de sempre para chegar ao trabalho.

Há muito, uma ansiedade convivia com ele e o nervosismo era constante, pra tudo o que fazia.

Chegar ao primeiro compromisso daquela manhã era o verdugo da hora, e na busca de seguir o mais rápido possível, não via nada, não sabia de nada e não parava pra nada. Em pensamentos xingava, reclamava de tudo, e todos, que interpretasse como obstáculo e assim seguia em marcha firme na movimentada rua do Centro.

Até que numa breve distração olhou na porta de um prédio há muito abandonado e viu uma figura. Tratava-se de uma mulher, ainda jovem apesar de bem maltratada; estava suja; maltrapilha, sentada com um bebê no colo e bem próxima de uma outra criança que inocentemente brincava com pequenas pedras. Sem noção do verdadeiro motivo, a imagem tocou Valmir que mesmo na pressa no dia, parou.

Sim, ele parou.

E a impressão que temos ao ver a cena é o mundo também parou.

O homem alí, parado com os olhos fixos naquela mulher que naquele momento não era uma simples mendiga, mas uma semelhante que vivia uma realidade totalmente diferente, e que, sem se saber o motivo, estava fazendo parte da vida apressada do homem de negócios que até então só vivia para o seu universo numa mensagem Maior de amor e cumplicidade.

Não se sabe o que aconteceu depois, mas com certeza a vida passou a ter um outro significado para Valmir. A mensagem daquele dia foi profunda em sua existência já que a vida se apresentou além dos pensamentos dele.

É certo que cada um segue o fluxo da vida, mas há muito mais quando descobrimos as mensagens dos caminhos que trilhamos.

Tem sido assim com você?