UM CASO DE POLÍCIA

Tudo acontecia há alguns meses, nos fins de semana.

Embaraçada contou que ele era atenciosos. Amavam-se. Faziam amor às quartas, mas ao chegar sexya à noite, ao retornar do trabalho passavaa pelo botequim e entre tacadas acontecia o inevitável: encharcava-se e, bêbado, em casa, nem mesmo o cão escapava do laço.

Foram longas as conversas, láqgrimas e promessas, nada de solução.

Certo dia ocorreu-lhe uma idéia. No posto policial, pede, relatando os fatos, a prisão do companheiro sempre às sextas-feiras à noite.

Um absurdo, foi a primeira reação, porém diante da insistência da mulher, dois homens e uma viatura, sob forte agaceiro, foram observar ante o inusitado do pedido.

E viram-no chegar e a família inteira, debaixo de chuva e laço , a correr pela calçada sofrendo violências.

Não esboçou reação quando quatro mãos o agarraraam e jogaram seu porre inteiro, feito um pacote, na viatura.

Manhã bem cedo o libertaram sem dizer palavra.

A mulher o esperava no portão e, sobre a mesa da varanda, onde entrou trêmulo, havia um bolo igual ao que vira sobre a mesa do policial que lhe dera a liberdade sem mesmo olhar seu rosto.

Delito/Ed. Tchê

Gerson Dias de Oliveira
Enviado por Gerson Dias de Oliveira em 01/06/2011
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T3008289
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