UM CASO DE POLÍCIA
Tudo acontecia há alguns meses, nos fins de semana.
Embaraçada contou que ele era atenciosos. Amavam-se. Faziam amor às quartas, mas ao chegar sexya à noite, ao retornar do trabalho passavaa pelo botequim e entre tacadas acontecia o inevitável: encharcava-se e, bêbado, em casa, nem mesmo o cão escapava do laço.
Foram longas as conversas, láqgrimas e promessas, nada de solução.
Certo dia ocorreu-lhe uma idéia. No posto policial, pede, relatando os fatos, a prisão do companheiro sempre às sextas-feiras à noite.
Um absurdo, foi a primeira reação, porém diante da insistência da mulher, dois homens e uma viatura, sob forte agaceiro, foram observar ante o inusitado do pedido.
E viram-no chegar e a família inteira, debaixo de chuva e laço , a correr pela calçada sofrendo violências.
Não esboçou reação quando quatro mãos o agarraraam e jogaram seu porre inteiro, feito um pacote, na viatura.
Manhã bem cedo o libertaram sem dizer palavra.
A mulher o esperava no portão e, sobre a mesa da varanda, onde entrou trêmulo, havia um bolo igual ao que vira sobre a mesa do policial que lhe dera a liberdade sem mesmo olhar seu rosto.
Delito/Ed. Tchê