MORTE DE CÃO
Duas rodas passaram por sobre meu corpo indefeso, deixando à mostra, as vísceras.
Ninguém parou para olhar, não gritaram, não choraram, não houve crise de nervos e tãopouco se importaram em socorrer esta vítima que se contorcia no asfalto.
Meus olhos ensanguentados viram pessoas olhando com desprezo e seguindo adiante.
Antes de fechar os olhos para sempre, vi um ser que se abaixou a meu lado e, passando a mão sobre minha cabeça, deixou cair uma lágrima dos olhos, dizendo angustiado: "Pobre cãozinho!"
Fechei os olhos e os abri mais tarde;
Estava no céu!