Um dia pra se esquecer.
Saí atrasadíssimo para o banco. O corpo não respondia àquela pressa devido à ressaca da noite anterior. Ao atravessar a rua, um taxista daqueles bem folgados, acelerou seu carro achando que eu já havia atravessado pegando por sorte apenas o salto de meu sapato. O infeliz nem se quer parou para ver se eu estava ferido. Fiquei paralisado na calçada. Não sabia o que fazer, pois a sola do sapato estava segura apenas na parte da frente. Relutei, mas resolvi seguir à diante com todo o cuidado, quase não tirando o pé do chão para o restante da sola não cair por completo. Ao chegar ao banco, o segurança me barrou na porta dizendo que eu estava com algum objeto de metal. Depois da exaustiva e constrangedora averiguação, enfim fui liberado. Me dirigi a fila com todos os olhos a me fitarem. Quando me aproximei, uma bela mulher que era a última da fila me disse:
— Olha, deficientes físicos é logo ali, no caixa preferencial.