CASAMENTO POR CONVENIÊNCIA

CASAMENTO POR CONVENIÊNCIA

Francisca queria se casar

O ideal era um homem rico para seu par

Procurava-o em todo o lugar

Já pensava em não encontrar

Andava e andava ao léu

Com um ar tristonho, puro fel

Mas eis que como uma gota de mel

O seu sonho se tornaria realidade fiel

Mario era um homem com pouca qualidade

Mas seu pai possuía muito dinheiro na verdade

Doava altas quantias por caridade

Era um homem honrado com lealdade

Francisca pensou: “Achei o par perfeito!”

O filho, como é de direito

Herdará toda a fortuna num futuro estreito

E se casará comigo sem nenhum preconceito

Ela se casou com Mario como queria

Começou a conviver como marido e mulher dia após dia

O interesse pelo dinheiro já não era suficiente, percebia

Para permanecer com aquele homem em parceria

Os dias se passaram e o velho não morreu

Mario gastou tudo o que era seu

E o sonho de Francisca desfaleceu

Pois nem em um restaurante caro ela comeu

O tempo passou

E a vida de Francisca infernizou

Mario mandou que ela trabalhasse fora. Pasmou?

E foi aí que ela se separou

Partiu desiludida

O que fez de sua vida?

Tornou-se uma mulher sofrida

Sem pouso, sem teto, sem guarida

Mario casou-se outra vez

Com uma mulher rica, com muita altivez

E Francisca foi trabalhar de empregada doméstica na Vila das Mercês

Carregando consigo o sonho que se desfez

Parece que a justiça sempre aparece

Para quem não esquece

Que a honestidade aquece

Aquele que com amor enternece.

Alma Collins
Enviado por Alma Collins em 23/11/2006
Código do texto: T298884