Édy

Édy

Ele é meu amigo. Pai de três filhos, mora numa pequena casa, tem um carro ano 1979 e trabalha como operador de máquinas em uma pequena empresa.

Encantador é estar na presença deste homem que transborda alegria, humildade, simplicidade e muito entusiasmo.

Se para alguns o contentamento é ter muito dinheiro, para ele o necessário é agradecer a Deus pelo dom da vida.

E por falar em dom, ele tem o dom de fazer as pessoas sorrirem com naturalidade, neste mundo onde existem pessoas mau humoradas, carrancudas e artificiais, ele é um especialista em extinção.

Um dia destes enquanto conversávamos ele todo entusiasmado e emocionado, disse que havia passado mais um final de semana maravilhoso com a sua preciosa família.

Um passeio em que se transformou em uma grande e emocionante aventura, o tempo estava chuvoso, muito barro na estrada, muitas subidas e derrapagens, muitos veículos retornando devido às péssimas condições da estrada, veículos potentes 4x4, e ele no seu velho companheiro de guerra, com a esposa e os três filhos e de quebra o cunhado, sorrindo, sorrindo, tirando suspiros dos curiosos a cada percurso ultrapassado.

O dono do pequeno armazém que ficava na estrada, disse: - Moço, para onde está indo? Ele respondeu: - Marmelópolis.

O homem disse: - Mas, nenhum carro está passando por ai, nem mesmo os mais potentes.

Édy, respondeu: - O velho de guerra vai tentar, saiu do veículo, abriu o porta- malas, retirou uma corrente, entrelaçou nas rodas, entrou novamente no veiculo passou a marcha e mandou bala, na metade do morro, ouviu um estalo e em seguida outro estalo, o carro deu de voltar, ele afirmou o pé no acelerador, enquanto crostas de barros voavam por todos os lados, inclusive algumas batendo sobre o pára-brisas, o velho de guerra não decepcionou, aos olhos perplexos do homem que continuava de pé na porta do armazém agora amarrotado de pessoas todas curiosas para ver a cena.

Ele agora fora de seu veículo parecia não acreditar no que acabara de fazer, enquanto as pessoas que observavam vieram ao delírio assobiando e aplaudindo a façanha.

Édy estava procurando as correntes, porém ela havia arrebentado e um pequeno menino calçado com botas sete léguas tentava chegar até ele com muita dificuldade, pois o local era um verdadeiro atoleiro, com as correntes na mão e meio cambaleando entregou a ele, e ele então se despediu com muita alegria das pessoas.

Agora, na descida o carro deslizava para todos os lados, porém seria mais fácil chegar ao destino, o trecho pior, já havia passado, a chuva havia cessado, e era possível sentir o cheiro de eucalipto espalhados dos dois lados da estrada, podia ouvir também os cantos dos pássaros, e as belas flores espalhadas próximo ao barranco.

De repente uma enorme árvore caída no caminho, ele brecou rapidamente, enquanto o seu cunhado dizia: - Não conseguiremos chegar.

Édy deu uma bela de uma gargalhada, que contagiou a todos, e respondeu:

Cunhadinho, você está completamente enganado. Caminhou até ao porta-malas, e retirou de dentro uma machadinha.

Depois, seguiu o seu caminho, contente, contente... Até chegar ao destino.