Surpresa negativa( visão de Lais)
O tempo estava frio; a rua estava movimentada; muitas pessoas circulavam num ritmo acelerado, e no meio delas estava Laís, que caminhava apressadamente para não chegar atrasada na reunião do Jornal diário. Laís tinha 18 anos, era aspirante a jornalista, modelo e atriz em momentos que tinha tempo, não encarava atuar como algo prioritário, já que as reuniões de pauta do Jornal diário tomava o seu tempo.
Ela chega cumprimenta as pessoas, conversa animadamente com todos a sua volta e vai pra grande sala de reunião que tinha gente. Um homem de meia idade, nem tão velho, nem tão novo, com uma aparência surrada, parecia mais que tinha saído do hospício, cujo o nome era Jorge, entra na sala.
-- Boa tarde, boa tarde_ diz Jorge se sentando na cadeira no centro da sala_ gente vamos fazer um círculo pra que quando todos chegarem ficar melhor para nos comunicar?
Todos concordam e começam arrumas as cadeiras. As pessoas vão chegando; Luan senta ao lado de Laís.
-- Oi, amiga, tudo bem?
-- Oi, querido, tudo e com você?
-- Ah né, levando a vida como sempre... Escola tomando meu tempo, normal.
-- Deixa eu te contar, vou fazer uma peça lá pelo meu curso que vai ser Sexta Feira lá em Marechal... Se você quiser ir, ta convidado.
-- Obrigado, vou ver se dar pra ir sim, eu te aviso.
Jorge se levanta, vai até a porta e olha pra ver se tem alguém vindo.
-- Bom, gente, vamos esperar mais um pouco até chegar mais gente. E ai pensaram em alguma pauta? Laís, você me deve uma matéria, não deve?
-- Sim, eu devo, tava toda ocupada que não tive tempo,mas irei mandar.
-- Só quero ver, hein? Você ta me enrolando já não é de hoje.
Todos começam a rir, em seguida a porta se abre, e entram Luigi e Vanessa. Laís olha com um sorriso meio tímido para Luigi, que não demonstra qualquer tipo de reação. Era como se ele não estivesse vendo nada, ou simplesmente, não tivesse notado que ela estava ali. Luigi senta na primeira cadeira que vê.
“ Por que o Luigi não falou comigo? Ele nunca fez isso antes, estranho”
Pensou Laís olhando diretamente nos olhos do rapaz que aparentemente tinha lhe ignorado, e que continuava não olhar em sua direção.
-- Vamos começar gente?_ diz Jorge
E assim a reunião foi rolando. Laís disfarçando para não olhar para Luigi, mas estava muito surpresa pela atitude dele. Isso nunca tinha acontecido antes, mesmo com o pouco tempo que tinham se conhecido. Agora, na cabeça de Laís, vinha os momentos que viu Luigi se importar, demonstrando carinho, consideração e amizade. As ligações que ele fazia as conversas que tinham no telefone e a promessa dele de em ajudar com aulas de português... Até poema em sua homenagem ele fez, algo que ninguém tinha feito para ela; tudo isso veio à tona em sua mente em questão de segundos. Laís não entendia, mas sabia que motivo tinha.
“Não é possível que isso esteja acontecendo. O Luigi não deveria me ignorar, mas sim me venerar!”
Apesar de estar indignada com a situação, Laís procurava não demonstrar o seu estado de espírito. Afinal, ninguém tinha nada a ver com aquilo e se perguntassem, certamente ficaria sem ação. Luigi a observava de vez em quando, ela por sua vez desviava seu olhar.
A reunião acaba, todos com suas tarefas pra realizar; Laís levanta fala com algumas pessoas e decididamente vai até Luigi, que está sentado falando com Jorge.
-- Tudo bem?_ diz Laís timidamente a Luigi
-- Tudo bem..._ responde Luigi com um sorriso sem emoção no rosto
Laís sai e não olha pra trás, mas sua face demonstrava mais indignação ainda.
“ Ele mal falou comigo, poxa! O que será que deve ter acontecido?
Ela vai ao bebedouro e lá encontra Vanessa.
-- Vanessa, ta tudo bem com o Luigi?
-- Não. Por que?
-- Por nada...
-- Sei...
As duas vão caminhando... Laís com a cabeça nas nuvens pensando na atitude de Luigi, e foi uma surpresa negativa para ela; jamais em sua cabeça poderia passar que ele teria essa atitude, pois ele sequer tinha dado sinal de que iria ignorá-la. É a vida... Tudo pode mudar da noite pro dia quando se tiver motivos para isso, mesmo que esses motivos sejam desconhecidos quase imperceptíveis aos olhares de que sem só vê a vida apenas de um lado.