Olhos do Destino (miniconto)
Era ema vez um menino feio, de dentes grandes e corpo entortado. Alegrava a todos os colegas, e os vizinhos lhe diziam: “ – Este é a graça da rua!” Seu pai quando batia à porta bêbado lhe ofendia muito, muito mesmo até lhe fazer chorar. O irmão mais novo sentia vergonha dele e não lhe deixava jogar futebol na rua. De presentes ele só tinha a graça de acordar vivo dia a dia (embora ele não visse isto como tal). Logo, de quando em quando, se deixava chorar enquanto afagava seu gatinho de estimação.
Era uma vez um menino comum, e era para seus amigos e Darwin um macho beta. Atlético, corria, fazia exercícios para definir os músculos. O pai lhe ensinava que a maior pretensão de um homem é ser um bom conquistador de mulheres. O irmão caçula queria ser como ele. A mãe não se podia conter e caçava um bom casamento para ele junto de suas amigas da alta sociedade. De seus olhos nunca caíram lágrimas que não fossem causadas pela forte luminosidade da tela de seu computador.
Ambos não entendiam o fato de ser como eram. Não tinham tempo de pensar sobre o que poderiam fazer em suas curtas estadas neste mundo.
Mas eles tinham os olhos de rei e sabiam que não os podiam fechar agora.