Meus Seis Anos
Houve tempos em que minha vida era risonha e franca.
Com meus pés descalços corria, afundando-os na areia da estrada que me levava ao Córrego da Cruz.
Para quem não sabe, era o sítio do meu pai... Comprado com o dote de minha Mãe .
Eu tinha nessa época mais ou menos seis anos. Eu sempre me encontrava, nessa estrada porque meu pai ia de semi-trole e me levava para abrir as porteiras do caminho. Ele parecia um barão.
Logo que chegávamos os colonos já nos esperavam com almoço feito. Tinha sempre frango a passarinho.
Meu pai almoçava, depois sentava e lia o jornal para todos ouvirem as últimas notícias. Explicava minuciosamente.
Eu brincava com todas crianças do sítio. Depois juntamente com elas saía para comer frutos campestres. Por ex.: Gabiróbas, marolo, pitangas, caju do mato, azedinha, manga, lima, laranja, jabuticaba, melancia, mamão, bananas, ameixas, etc, etc, etc...
Os animais, paixão de minha Mãe eram: Mocha Velha, Mochinha, Boneca e Buzinha; essas quatro eram as vacas. Vampiro, Combate,
Tordilho e Malhado eram os cavalos. Nosso cachorro se chamava Nenê, o de minha vó era o Neve. Montávamos o vampiro, todos ao mesmo tempo, quatro, cinco até seis e saíamos pelo pasto afora, quando alguma escorregava o vampiro parava.
O vampiro andava devagarinho, devagarinho... para não machucar as crianças .