Amor e Cristo
(...) entusiasmo e ansiedade. _Estava chegando...com que fantasia? Escolheu uma mais prática. Olinda era o destino. Brigara com a namorada. Odiava ela Carnaval. Ele não se importara, comprara a sua passagem. O namoro já não estava bom. Ela ficaria por aqui. Retiro, normalmente, era o que fazia. Nunca o convencera a isso. Ele a cada ano num bloco, numa cidade. Rio-Mangueira, Bahia-Olodum. Ela com a tristeza momina eterna. Todos os carnavais. Quatro anos agora. Mas ele fazia sempre a mesma coisa. Não mudara em nada. Ela também. Rezava pela humanidade nesses períodos. Ele amava a humanidade também. Ela descobrira suas aventuras de carnaval. Ele tinha a certeza de suas aventuras com Cristo. Conforto para ele. Inquietude para ela. Ela nutria ciúmes dele. Ele a entregara despudoradamente nos braços de Cristo. Chegara o momento da separação. Ela não queria falar com ele. Ele adulava-a de todas as maneiras. Ela sem fazer promessas, apenas cara amarrada. Ele prometendo o que não poderia: ser fiel. Ambos com mochilas nas costas . Ele dirigiu-se a um grupo de amigos à rodoviária. Ela dirigiu-se a um grupo de amigos que a esperava no ônibus da igreja. Seguiu cada um a sua estrada. Ele com a sua garrafa de aguardente na mão, passava entre os colegas durante a viagem. Ela fazia suas orações e cantava cânticos de fé junto a suas amigas. Passadas muitas horas, ele chegara embriagado ao destino. Ela embriagada de chorar, de insegurança e saudade chegara ao retiro. Olinda já sem ter aonde hospedá-lo. Ela num quarto limpo,mas sem luxos. Ele tentando arrumar uma vaga numa casa com quarenta pessoas. Ela dividia o seu quarto com mais uma colega de retiro. E durante esses quatro dias (..) descobriu-se mulher com a colega. Culpou-se. Pediu perdão a Deus pela descoberta, promessa em vão. Aproveitara todas as descobertas do prazer junto àquela que tinha como afinidade o amor a Cristo. Após quatro dias de muita brincadeira e namoro carnavalesco,ele volta, sentindo um vazio de amor e um preenchimento de mundo. Ela uma redescoberta de mundo, além de um preenchimento na alma. Reencontraram-se. Ela mostrava-se feliz com suas mais novas peripécias carnavalescas. Ele achando-se mais bem-aventurado, pois imaginava a resignação da namorada em sua clausura momina.
Ao se reencontrarem ela foi para os braços dele mais apática do o que todas às vezes que se viam, após o carnaval. Calmamente, o olhou e disse-lhe que, a partir daquele momento ele seguisse o seu caminho sozinho porque Cristo tinha mostrado a ela o que era felicidade. Assim, ele partiu sem entender nada, sem dar uma palavra , apenas com a roupa suja e suada de Olinda ainda no corpo. Parou no primeiro boteco para continuar a bebedeira e entender o porquê da perda.