Ah, esta geração...
A essas horas e você já enfurnada aí?! Não acredito! Não se envergonha não?! Olha o dia lá fora, tão bonito... Vai passar o dia inteirinho aí, na frente desse computador? Depois reclama que é dor nas costas, que tá gorda, que os olhos não param de arder... Eu, hein? Por acaso já comeu direito hoje? Ah, não enche?! E isso lá é jeito de me responder?! Tô pra ver, viu? Esse mundo está mesmo virado... E as suas tarefas, você já fez? Vai fazer depois? Depois quando?! Olha a bagunça deste quarto! E é roupa, é sapato, livro, tudo espalhado pelo chão. Só mais um pouquinho que já vai sair? Me engana, viu? Só isso que você sabe dizer! Ah, se eu tivesse a sua idade... Dez minutos, dez minutinhos! Se não sair, vou cortar sua conexão!!
Saiu do quarto desanimada, bateu a porta e, na cozinha, disse para o pai: Não sei mais o que fazer com a mãe, mesma história todo santo dia! Ah, esta geração... Acho que você é que está certo... Pelo jeito, vamos ter que internar — e erguendo a voz em direção ao quarto: — VAMOS TER QUE INTERNAR!!
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