Relações

Você...eu...silêncio,

eu queria que você dissesse meu nome, queria me levantar, mas...

silêncio!

Seus olhos se moviam decodificando informações além de minha compreensão, suas mãos estimulavam um dedilhado frenético sob um objeto tal, mas a sua boca...imóvel!

Não existo para você hoje?

Falei com você tantas e tantas vezes, falamos do tempo, de futilidades políticas, até semelhanças familiares compartilhamos. Agora fico com um: " Bom dia.", automático e frio.

Fico aqui, na sua frente, como um desconhecido.

Você fica entrertida com gestos automaticos e rotineiros, mas e eu?

Seu telefone toca, você atende. Desliga.

Levanta a cabeça e inacretivelmente olha para mim, com uma resolução inesperada, e diz:

-Sr. Paulo, pode entrar, o Dr vai te atender agora!