Romance
-Alô?
-Quem é?
-A Joana está?
-Não, quem é, por favor?
-É a Juliana. É da casa da Joana?
-Não, é engano.
O diálogo termina no gancho do telefone.
Ela: ama gatos, luta kung fu, mora com os pais, é morena e quer ser veterinária.
Ele: É loiro, curte Heavy Metal, divide o apartamento com um amigo, odeia segundas e faz faculdade de jornalismo.
Pode não parecer, mas eles foram feitos um para o outro. Sim, são um desses "raros" casos dos opostos se atraem. Sim, eles formariam um adorável casal: um enriquecendo o outro com novas manias ou novas carícias.
Curiosamente, o destino os uniu por um engano. O telefone da Joana é muito parecido com o do Fábio (praticamente é só mudar o 4 de lugar) e nesse dia que não parecia nada especial as forças cósmicas colocaram estes dois nos dois lados da linha. No entanto, as eventuais e constantes ligações erradas fizeram dessa conversa nada romântica. O que era para se tornar um pretexto para um encontro casual com a sua cara-metade perdida por aí, do outro lado da linha, se tornou apenas mais um engano. É justamente aí onde acaba o clichê, meus amigos.