Budapeste
Quando me dei conta, estávamos pousando em Budapeste. Mas pera aí, amigo. Saí de Istambul com destino ao Rio de Janeiro! Pois então, algum anônimo gracioso resolveu instalar o terror dizendo que havia uma bomba a bordo.
Não havia chance de nosso voo partir antes do amanhecer. A companhia aérea nos permitiu passar a noite num hotel de Budapeste, em frente ao aeroporto. O que diabos eu faria durante toda a noite? Pensei em assistir os canais da televisão, mas para variar, só haviam canais húngaros. Alguém me disse uma vez que o húngaro é a única língua que, segundo as más línguas, o diabo respeita, e eu nunca entendia o por quê. Agora entendi, oras! Nem o diabo consegue entender esse troço esquisito.
Pelo fuso horário, seriam sete horas no Brasil. Que tal ligar para casa? É uma hora convencional! Liguei. Caiu na caixa postal e ouvi a voz robótica me dizendo para deixar um recado. Claro, um recado! Seria mais ou menos assim:
- Oi querida, sou eu! Estou em Budapeste, tinha uma bomba no avião, beijo.
Zsar!
Ah, desculpa. Mas pelo menos pra uma coisa essa droga toda serviu: já aprendi a espraguejar em húngaro.