TEODORA...
Tenho uma amiga em Londrina-PR que, anos atrás, passou a sentir uma dor esquisita à altura de um dos seios. Aquilo foi aumentando, incomodando e, apesar de todos os exames, investigações, nada físico foi constatado. A dor era contínua e ela não sabia mais o que fazer. Não existia nenhum médico especialista em dor, no Paraná, e até em São Paulo que ela não tivesse consultado.
Um médico psiquiatra da região havia se especializado em TVP (Terapia de Vidas Passadas), e tinha recentemente chegado de São Paulo. Resolveram consultá-lo por sugestão de amigos, afinal, não custava tentar mais esse.
A Terapia de Vidas Passadas é algo que surgiu nos anos 40 na Europa, e é também muito utilizada nos Estados Unidos. No Brasil hoje é uma importante ferramenta clínica da qual lançam mão aqueles médicos e profissionais de saúde que se especializaram em TVP.
A regressão da memória sempre foi tratada com a máxima seriedade pelos europeus e americanos. No Brasil também é utilizada com muito rigor científico. Nenhum especialista irá fazer regressão para o paciente saber quem ou o que foi em existências passadas. Os profissionais somente a utilizam conforme cada caso e paciente.
Pois bem, minha amiga submeteu-se à terapia e, através da regressão a vidas passadas, descobriu a origem da dor e a partir de então, ficou totalmente curada.
O curioso é que a dor principiou quando seu filho primogênito tinha dois anos de idade, e este menino, agora seu filho, estivera ligado ao acontecimento do passado que originou a dor de então: ela viu que, naquela existência tivera um seio decepado e seu filho fora o decepador.
Quando muito jovem ouvi, pela vez primeira, a palavra reencarnação, encarei com naturalidade, como se aquilo já fizesse parte de minhas convicções. Era uma sensação estranha que eu sentia; lugares que me eram familiares sem nunca haver estado ali, aquela sensação de “déja vú” se repetia amiúde.
Recordo-me que, certa ocasião, querido amigo disse, numa discussão com um grupo de amigos, a respeito do assunto:
- Para mim, a prova das vidas passadas sou eu mesmo. Tenho um cabedal de cultura que adquiri não sei onde. Apenas sei e pronto!
Como explicar o que eu sentia sem o princípio das vidas sucessivas ensinado por Orígenes, Próculo, Jâmblico, Porfírio e tantos outros luminares da Escola Neo-Platônica de Alexandria, bem como São Jerônimo, Santo Agostinho, Tertuliano, Ruffinus, São Gregório de Nissa e tantos outros? E sem falar de Jesus... A lista é enorme...
Conheço a história de um amigo meu que tem um filho, o qual, aos três anos de idade, todas as vezes que ia para Curitiba, quando o carro se aproximava da cabeceira da ponte sobre o Rio Tibagi, o menininho apontava para ela e dizia: “Aqui eu morri!”.
Ocorre que, anos antes, o casal de amigos tinha sofrido grave acidente num dia chuvoso, quando o carro em que estavam, juntamente com seu filho de sete anos, deslizou e bateu forte na ponte. Os dois se feriram seriamente e o garoto morreu.
Passados três anos e meio do episódio, nasceu aquela criança que impressionava com afirmações daquele tipo.
Se não fosse a reencarnação do filho que voltava, como explicar o que falava a criança?
Também conheci o drama de um jovem casal, que teve o primeiro filho e, após completar dois anos de idade, certo dia, quando a mãe se distraiu, o menino se dirigiu ao portão de entrada da casa, deu um jeito, abriu-o, saiu à rua e, na sarjeta começou a catar bitucas de cigarro, inclusive colocando na boca, dizendo que era para fumar. O mais intrigante, é os pais nunca fumaram, jamais alguém havia fumado na frente da criança e como eles eram de certa religião que proíbe televisão em casa, o garoto jamais teria visto alguém fumando na telinha. Só que não foi uma vez apenas. Tiveram de trocar o portão e mantê-lo sempre com cadeado, pois o danadinho tinha aprendido a subir por ele e sair catar tocos de cigarro para fumar...
Como se explica essa tendência, sem a doutrina das vidas sucessivas?
Há pouco tempo o mundo inteiro viu assombrado, aquele garotinho de quatro anos, na Malásia, cujos pais nunca tinham fumado e ele preferia trocar um brinquedo por um cigarro. Qual a explicação?...
Por volta do ano 550 DC Justiniano governava o Império Romano do Oriente, e tinha Teodora como sua esposa; uma ex-prostituta, mulher insidiosa, que encantara o imperador e se tornara co-mandatária de metade do mundo de então.
Depois disso, as meretrizes de Constantinopla começaram a dizer em altos brados:
- Ah! Nossa profissão está engrandecida, pois agora temos uma de nós comandando os destinos do império...
Teodora, desumana, não se conformava com as conversas ao pé-do-ouvido sobre ela e mandou exterminar todas as prostitutas da cidade. Foram assassinadas 560 mulheres.
Ocorre que a população, era reencarnacionista, indignou-se e passou a alardear:
- Ela vai pagar, vai morrer, irá renascer como uma escrava negra e vai sofrer!
Teodora, escravocrata, com medo de tal praga, convenceu Justiniano a banir a reencarnação que, no Cristianismo era aceita por todos, pois a crença na doutrina dos renascimentos sucessivos vinha desde séculos antes de Cristo, sendo cultuada pelos povos do oriente como algo absolutamente normal.
Então, Justiniano solicitou ao Papa Virgílio I que fosse para Constantinopla presidir um concílio a fim de banir a doutrina da reencarnação do Cristianismo. O Papa recusou-se, o imperador ameaçou com o uso de força, o Pontífice cedeu e o tal conclave foi realizado no ano 553.
Entretanto, Justiniano foi muito esperto, pois não podia simplesmente propor, abertamente, acabar com a reencarnação, porque, sendo todo o povo reencarnacionista, isto seria uma temeridade. Daí propôs que fosse abolida a Doutrina dos Princípios de Orígenes, onde o princípio das vidas sucessivas era o ponto alto.
Tudo saiu como ele quis. Banida a tal doutrina, foi introduzida no Cristianismo a palavra ressurreição, que era aceita pelos judeus e, mais conforme ao que pedira Teodora, afinal, para ela, ressuscitar “no mesmo corpo” seria melhor que renascer como uma escrava negra...
Não foi por acaso que Jesus tentou ensinar Nicodemos, o Doutor da Lei, que não entendeu direito o princípio das vidas sucessivas, o “nascer de novo”; que Santo Agostinho em Confissões 1, VI, indaga: "Não teria eu vivido em outro corpo, ou em qualquer outra parte, antes de entrar no ventre de minha mãe?"
Por isso tudo, simplesmente estariam errados: o Divino Mestre, os pensadores da antiguidade, os sábios da Escola Neo-platônica de Alexandria, os Santos da Igreja, os cientistas russos, americanos, indianos e vários pesquisadores que, nada tiveram a ver com religiões, e declararam ter comprovado a reencarnação?!
Pensemos no assunto...