SENTIR A POESIA...
Tenho o costume de escrever sentado na praça perto de minha casa.
Mas nesse dia algo diferente me aconteceu:
Uma garotinha por nome de Eloísa viu-me escrevendo e perguntou:
- O que você escreve?
Respondi surpreso pela curiosidade da jovenzinha:
- Tento escrever uma poesia.
Ela se interessou e me disse animada que gostava muito de poesias, porem não sabia escrevê-las.
Olhei para a pequena jovem e fiquei feliz por ainda nesta nova geração ter pessoas que gostam de ler. Pessoas que gostam de poesias.
Ela ainda me disse que gostaria de escrever uma poesia. E logo perguntou:
- O que é preciso para escrever uma poesia?
- Lápis, papel e inspiração.
- Hamm! Essa ultima é que me falta. Como adquiri-la?
- Fácil, isso é muito fácil.
- Sério?
- Sim... Feche os olhos... e olhe de dentro pra fora...
- Certo, e agora?
- O que você vê?
- Nada, estou de olhos fechados.
- Ok, reformularei a pergunta. O que você sente agora?
- Sinto o vento em meu rosto, trazendo o cheiro das flores que estão à nossa volta.
- Sinto ainda o calor do sol e o canto dos pássaros!
- Viu? Você fez poesia!
E completei:
- Poesia é o que nos é explicito, mas com a nossa percepção podemos mudar ou potencializar o que vemos, ouvimos e sentimos.
- Poxa! Então é isso?
- Sim pequena Poetisa, é isso!
Ela agradeceu e foi embora.
Depois disso, não vi mais a pequena jovem amante das letras, mas depois de alguns dias voltando a praça, Seo Julio o guardião me entregou um pedaço de papel que dizia assim:
“Caro amigo que não perguntei o nome...”
Agradeço por me mostrar o caminho da poesia, e gostaria de dedicar essas pequenas palavras a você:
***SINTO A POESIA***
O cheiro doce do suave vento
Beija meu rosto, abraça meu pensamento.
O banco da praça é meu cavalo alado
Vôo a lugares, mesmo ele estando parado.
Sinto a poesia que está no ar
Uma beleza tão grande, não dá para contar.
Uma palavra amiga me fez sentir o que antes não sentia
Precisei fechar os olhos para enxergar a poesia.
Obrigado meu amigo.
Com todo o carinho do mundo.
Eloísa.
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Naquele dia não escrevi, levantei-me e para casa me dirigi muito feliz pelo presente recebido.
“A poesia verdadeira é aquela que podemos sentir.”