TEM DE COCO, LIMÃO E ABACAXI !

Defronte aquele guichê austero, com as grades pintadas de um marrom escuro e monótono, meu coração infantil angustiava-se diante da aventura que estava prestes a se

iniciar. A estação, com seu imenso salão ladrilhado por cerâmicas velhas e desgastadas que combinavam desenhos triangulares e retangulares alternados entre as cores pretas e brancas formando um mosaico sem graça. No centro do salão alguns bancos,

pintados de marrom escuro e com pés de ferros trabalhados. Compunham ainda o cenário

altas janelas com peitorais largos, muito largos, com vidros grossos, sujos , quase transparentes e um portal largo e também alto que dava acesso à plataforma de embarque.

Pessoas diversas: Crianças, velhos,homens,mulheres e jovens, com suas bagagens e seus destinos ignorados davam uma certa alegria , vida e movimento aquele cenário

O homem de meia idade, um tanto gordo, trajando gravata preta, camisa branca de mangas curtas e calças azul marinho, tendo na cabeça um boné igualmente azul marinho,vendia a passagem e em voz grave e alta, determinava: Par janelinha. Ímpar corredor.

Par, janelinha. Impar, corredor....Os passageiros com passagens de final par tinham o direito de viajarem no banco do trem ao lado da janela. Aos passageiros de final ímpar

era imposto o castigo do corredor.

Quanta emoção! A felicidade se resumia em par ou impar.

A viagem se inicia com o trem morosamente se movimentando após o lânguido apito da partida. Na plataforma de embarque as pessoas acenavam ou simplesmente iam se dispersando. Do meu campo de observação, dentro do trem, via suas silhuetas

cada vez menores até se tornarem invisíveis.

O trem seguia seu destino alheio aos meus pensamentos infantis. Seguia em frente ...

As estações se sucediam uma após a outra, revelando nomes das cidades,paisagens parecidas e segredos a serem desvendados.

A primeira: Eugêniio de Melo, distrito de São José dos Campos. Depois vinham

as estações de Caçapava, Taubaté, Pindamonhangaba,Moreira Cesar,Roseira,Aparecida,Guaratinguetá, Lorena,Cachoeira Paulista, Cruzeiro e Queluz. Após Queluz surgia a fronteira entre São Paulo e Rio de Janeiro.

Minha viagem terminavam em Cruzeiro. Onde eu, meus pais e meu irmão dormíamos numa pensão nas cercanias para na manhã seguinte embarcar em um outro trem com destino ao sul de Minas Gerais. Lá meu pai ia visitar seus parentes e nos levava.

Da janelinha observo as paisagens que se sucedem, ora ao lado direito ora ao lado esquerdo

o rio Paraíba parece indicar ao trem o caminho a ser seguido. Corre lento, manso em meandros calmos e sonolentos. Não esconde suas ilhotas, nem suas canoas, nem seus peixes,nem a vegetação as suas margens.Simplesmente indica o verde que se lhe brotou de

si, as cidades, as vidas, os sonhos.Corre agora lento e ferido como um cão fiel.

E assim ao longo desse rio fui conhecendo e amando esse Vale tão querido.

No vagão do trem, através das janelas.

Em cada estação há uma parada, pessoas embarcam, outras desembarcam e outras aproveitam para saírem um pouco, respirar, tomar um café, ir ao banheiro.

Na plataforma o vendedor de sorvete anuncia.....Olha o picolé....tem de coco,limão e abacaxi.

Apita! O trem vai sair....

Através da janela....no último momento...as moedinhas em troca do picolé...

Defronte aquele guichê austero, com as grades pintadas de um marrom escuro e monótono, meu coração infantil angustiava-se diante da aventura que estava prestes a se

iniciar. A estação, com seu imenso salão ladrilhado por cerâmicas velhas e desgastadas que combinavam desenhos triangulares e retangulares alternados entre as cores pretas e brancas formando um mosaico sem graça. No centro do salão alguns bancos,

pintados de marrom escuro e com pés de ferros trabalhados. Compunham ainda o cenário

altas janelas com peitorais largos, muito largos, com vidros grossos, sujos , quase transparentes e um portal largo e também alto que dava acesso à plataforma de embarque.

Pessoas diversas: Crianças, velhos,homens,mulheres e jovens, com suas bagagens e seus destinos ignorados davam uma certa alegria , vida e movimento aquele cenário

O homem de meia idade, um tanto gordo, trajando gravata preta, camisa branca de mangas curtas e calças azul marinho, tendo na cabeça um boné igualmente azul marinho,vendia a passagem e em voz grave e alta, determinava: Par janelinha. Ímpar corredor.

Par, janelinha. Impar, corredor....Os passageiros com passagens de final par tinham o direito de viajarem no banco do trem ao lado da janela. Aos passageiros de final ímpar

era imposto o castigo do corredor.

Quanta emoção! A felicidade se resumia em par ou impar.

A viagem se inicia com o trem morosamente se movimentando após o lânguido apito da partida. Na plataforma de embarque as pessoas acenavam ou simplesmente iam se dispersando. Do meu campo de observação, dentro do trem, via suas silhuetas

cada vez menores até se tornarem invisíveis.

O trem seguia seu destino alheio aos meus pensamentos infantis. Seguia em frente ...

As estações se sucediam uma após a outra, revelando nomes das cidades,paisagens parecidas e segredos a serem desvendados.

A primeira: Eugêniio de Melo, distrito de São José dos Campos. Depois vinham

as estações de Caçapava, Taubaté, Pindamonhangaba,Moreira Cesar,Roseira,Aparecida,Guaratinguetá, Lorena,Cachoeira Paulista, Cruzeiro e Queluz. Após Queluz surgia a fronteira entre São Paulo e Rio de Janeiro.

Minha viagem terminavam em Cruzeiro. Onde eu, meus pais e meu irmão dormíamos numa pensão nas cercanias para na manhã seguinte embarcar em um outro trem com destino ao sul de Minas Gerais. Lá meu pai ia visitar seus parentes e nos levava.

Da janelinha observo as paisagens que se sucedem, ora ao lado direito ora ao lado esquerdo

o rio Paraíba parece indicar ao trem o caminho a ser seguido. Corre lento, manso em meandros calmos e sonolentos. Não esconde suas ilhotas, nem suas canoas, nem seus peixes,nem a vegetação as suas margens.Simplesmente indica o verde que se lhe brotou de

si, as cidades, as vidas, os sonhos.Corre agora lento e ferido como um cão fiel.

E assim ao longo desse rio fui conhecendo e amando esse Vale tão querido.

No vagão do trem, através das janelas.

Em cada estação há uma parada, pessoas embarcam, outras desembarcam e outras aproveitam para saírem um pouco, respirar, tomar um café, ir ao banheiro.

Na plataforma o vendedor de sorvete anuncia.....Olha o picolé....tem de coco,limão e abacaxi.

Apita! O trem vai sair....

Através da janela....no último momento...as moedinhas em troca do picolé...

que vem pingando em minhas pernas e na roupa para desespero de mamãe e de papai.

Lentamente o trem se afasta seguindo seu destino....inexorável...não se importando...

é uma máquina...da janelinha eu vejo a menina descalça, com sua boneca no colo.

Ela sorri à inocência e acena à mágica da existência.

Vem amor! Vem nesse trem comigo! Tem de coco,limão e abacaxi.

Defronte aquele guichê austero, com as grades pintadas de um marrom escuro e monótono, meu coração infantil angustiava-se diante da aventura que estava prestes a se

iniciar. A estação, com seu imenso salão ladrilhado por cerâmicas velhas e desgastadas que combinavam desenhos triangulares e retangulares alternados entre as cores pretas e brancas formando um mosaico sem graça. No centro do salão alguns bancos,

pintados de marrom escuro e com pés de ferros trabalhados. Compunham ainda o cenário

altas janelas com peitorais largos, muito largos, com vidros grossos, sujos , quase transparentes e um portal largo e também alto que dava acesso à plataforma de embarque.

Pessoas diversas: Crianças, velhos,homens,mulheres e jovens, com suas bagagens e seus destinos ignorados davam uma certa alegria , vida e movimento aquele cenário

O homem de meia idade, um tanto gordo, trajando gravata preta, camisa branca de mangas curtas e calças azul marinho, tendo na cabeça um boné igualmente azul marinho,vendia a passagem e em voz grave e alta, determinava: Par janelinha. Ímpar corredor.

Par, janelinha. Impar, corredor....Os passageiros com passagens de final par tinham o direito de viajarem no banco do trem ao lado da janela. Aos passageiros de final ímpar

era imposto o castigo do corredor.

Quanta emoção! A felicidade se resumia em par ou impar.

A viagem se inicia com o trem morosamente se movimentando após o lânguido apito da partida. Na plataforma de embarque as pessoas acenavam ou simplesmente iam se dispersando. Do meu campo de observação, dentro do trem, via suas silhuetas

cada vez menores até se tornarem invisíveis.

O trem seguia seu destino alheio aos meus pensamentos infantis. Seguia em frente ...

As estações se sucediam uma após a outra, revelando nomes das cidades,paisagens parecidas e segredos a serem desvendados.

A primeira: Eugêniio de Melo, distrito de São José dos Campos. Depois vinham

as estações de Caçapava, Taubaté, Pindamonhangaba,Moreira Cesar,Roseira,Aparecida,Guaratinguetá, Lorena,Cachoeira Paulista, Cruzeiro e Queluz. Após Queluz surgia a fronteira entre São Paulo e Rio de Janeiro.

Minha viagem terminavam em Cruzeiro. Onde eu, meus pais e meu irmão dormíamos numa pensão nas cercanias para na manhã seguinte embarcar em um outro trem com destino ao sul de Minas Gerais. Lá meu pai ia visitar seus parentes e nos levava.

Da janelinha observo as paisagens que se sucedem, ora ao lado direito ora ao lado esquerdo

o rio Paraíba parece indicar ao trem o caminho a ser seguido. Corre lento, manso em meandros calmos e sonolentos. Não esconde suas ilhotas, nem suas canoas, nem seus peixes,nem a vegetação as suas margens.Simplesmente indica o verde que se lhe brotou de

si, as cidades, as vidas, os sonhos.Corre agora lento e ferido como um cão fiel.

E assim ao longo desse rio fui conhecendo e amando esse Vale tão querido.

No vagão do trem, através das janelas.

Em cada estação há uma parada, pessoas embarcam, outras desembarcam e outras aproveitam para saírem um pouco, respirar, tomar um café, ir ao banheiro.

Na plataforma o vendedor de sorvete anuncia.....Olha o picolé....tem de coco,limão e abacaxi.

Apita! O trem vai sair....

Através da janela....no último momento...as moedinhas em troca do picolé...

que vem pingando em minhas pernas e na roupa para desespero de mamãe e de papai.

Lentamente o trem se afasta seguindo seu destino....inexorável...não se importando...

é uma máquina...da janelinha eu vejo a menina descalça, com sua boneca no colo.

Ela sorri à inocência e acena à mágica da existência.

Vem amor! Vem nesse trem comigo! Tem de coco,limão e abacaxi.

Defronte aquele guichê austero, com as grades pintadas de um marrom escuro e monótono, meu coração infantil angustiava-se diante da aventura que estava prestes a se

iniciar. A estação, com seu imenso salão ladrilhado por cerâmicas velhas e desgastadas que combinavam desenhos triangulares e retangulares alternados entre as cores pretas e brancas formando um mosaico sem graça. No centro do salão alguns bancos,

pintados de marrom escuro e com pés de ferros trabalhados. Compunham ainda o cenário

altas janelas com peitorais largos, muito largos, com vidros grossos, sujos , quase transparentes e um portal largo e também alto que dava acesso à plataforma de embarque.

Pessoas diversas: Crianças, velhos,homens,mulheres e jovens, com suas bagagens e seus destinos ignorados davam uma certa alegria , vida e movimento aquele cenário

O homem de meia idade, um tanto gordo, trajando gravata preta, camisa branca de mangas curtas e calças azul marinho, tendo na cabeça um boné igualmente azul marinho,vendia a passagem e em voz grave e alta, determinava: Par janelinha. Ímpar corredor.

Par, janelinha. Impar, corredor....Os passageiros com passagens de final par tinham o direito de viajarem no banco do trem ao lado da janela. Aos passageiros de final ímpar

era imposto o castigo do corredor.

Quanta emoção! A felicidade se resumia em par ou impar.

A viagem se inicia com o trem morosamente se movimentando após o lânguido apito da partida. Na plataforma de embarque as pessoas acenavam ou simplesmente iam se dispersando. Do meu campo de observação, dentro do trem, via suas silhuetas

cada vez menores até se tornarem invisíveis.

O trem seguia seu destino alheio aos meus pensamentos infantis. Seguia em frente ...

As estações se sucediam uma após a outra, revelando nomes das cidades,paisagens parecidas e segredos a serem desvendados.

A primeira: Eugêniio de Melo, distrito de São José dos Campos. Depois vinham

as estações de Caçapava, Taubaté, Pindamonhangaba,Moreira Cesar,Roseira,Aparecida,Guaratinguetá, Lorena,Cachoeira Paulista, Cruzeiro e Queluz. Após Queluz surgia a fronteira entre São Paulo e Rio de Janeiro.

Minha viagem terminavam em Cruzeiro. Onde eu, meus pais e meu irmão dormíamos numa pensão nas cercanias para na manhã seguinte embarcar em um outro trem com destino ao sul de Minas Gerais. Lá meu pai ia visitar seus parentes e nos levava.

Da janelinha observo as paisagens que se sucedem, ora ao lado direito ora ao lado esquerdo

o rio Paraíba parece indicar ao trem o caminho a ser seguido. Corre lento, manso em meandros calmos e sonolentos. Não esconde suas ilhotas, nem suas canoas, nem seus peixes,nem a vegetação as suas margens.Simplesmente indica o verde que se lhe brotou de

si, as cidades, as vidas, os sonhos.Corre agora lento e ferido como um cão fiel.

E assim ao longo desse rio fui conhecendo e amando esse Vale tão querido.

No vagão do trem, através das janelas.

Em cada estação há uma parada, pessoas embarcam, outras desembarcam e outras aproveitam para saírem um pouco, respirar, tomar um café, ir ao banheiro.

Na plataforma o vendedor de sorvete anuncia.....Olha o picolé....tem de coco,limão e abacaxi.

Apita! O trem vai sair....

Através da janela....no último momento...as moedinhas em troca do picolé...

que vem pingando em minhas pernas e na roupa para desespero de mamãe e de papai.

Lentamente o trem se afasta seguindo seu destino....inexorável...não se importando...

é uma máquina...da janelinha eu vejo a menina descalça, com sua boneca no colo.

Ela sorri à inocência e acena à mágica da existência.

Vem amor! Vem nesse trem comigo! Tem de coco,limão e abacaxi.

que vem pingando em minhas pernas e na roupa para desespero de mamãe e de papai.

Lentamente o trem se afasta seguindo seu destino....inexorável...não se importando...

é uma máquina...da janelinha eu vejo a menina descalça, com sua boneca no colo.

Ela sorri à inocência e acena à mágica da existência.

Vem amor! Vem nesse trem comigo! Tem de coco,limão e abacaxi.

Luiz Augusto de Andrade
Enviado por Luiz Augusto de Andrade em 13/03/2011
Código do texto: T2846140