O primeiro baile... 11

 

Aquelas revistas deram o que falar...

Depois de ter ido almoçar, quando ela retornava ao

seu trabalho, não havia muito o que fazer, era só

um ou outro freguês que aparecia por ali, então  ela

podia ler á vontade... As outras colegas de trabalho

só prestavam seus serviços ali, na parte da manhã, quando o movimento era maior. O patrão ia para casa almoçar e descansar um pouco, só voltava lá pelas 18 hs. Ela então ficava

ás tardes sozinha e, passava a maior parte do tempo lendo.

Mas havia uma certa pessoa que estava á espreita...

Este idividuo, homem feito, casado, pai de dois filhos, não trabalhava. A esposa é que o sustentava, agente dos correios na pequena cidade, trabalhadora, honesta, digna e, teve o azar de se unir áquele traste! O “bicho”

era malandro mesmo!  Arranjou um jeitinho de aproximar-se... Queria algumas revistas

emprestadas, gostava de ler também...

E ela, na sua ingenuidade, não percebeu as intenções do malandro.

Quase todas as tardes ele aparecia por lá, queria saber

se havia chegado algo novo e interessante pra se ler.

Até que um dia, ela leva o maior susto! Surpreendeu-o

abrindo, por baixo de uma revista que fingia ler, a gaveta, onde era guardado o dinheiro!

Meu Deus! Que susto! O coração quase lhe sai pela boca!

Naquele momento, passou pela sua cabeça que, o patrão confiava tanto nela e, aquele “traste”, fazendo um papel sujo daqueles... O patrão confiava tanto que, quando ela saía para o almoço, ele contava a féria do dia, colocava o dinheiro em um saquinho de papel, ou até mesmo o embrulhava em uma folha de jornal e, entregava á ela, para que fizesse o depósito do mesmo

no banco Itaú, único na cidade e, que ficava ao lado de  sua casa...

Mas, naquele momento também, heis que aparece, na porta de entrada do estabelecimento, o cunhado do patrão, o Zelão, vinha mais cedo, pois tinha algumas coisas para fazer ali...

Há! Graças á Deus!  Não estava mais sozinha!

Quando o indivíduo deparou-se com o Zelão, pois-se então

porta a fora e, “perna pra que te quero”!

Muito nervosa, contou o que havia acontecido e, o Zelão  a aconselhou não dizer nada ao patrão...

Era pouquinho o dinheiro que estava ali... Dinheiro deixado para “troco”... O espertalhão devia ter levado apenas algumas notas de um ou dois cruzeiros...

Mas o susto foi muito grande, e o medo então, muito maior, poderia até ser acusado de desonesta, o que ela nunca foi!

Mas, enfim! Tudo passou e a vida continuou...

 

continua

Zelia C Silva
Enviado por Zelia C Silva em 09/03/2011
Reeditado em 10/09/2011
Código do texto: T2838344
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