O Elevador




Parou na porta do elevador. Não queria ir embora. Não queria se despedir. De repente, bateu uma tristeza imensa. Se tivesse havido um único pedido pra ficar, teria ficado. Teria cancelado o compromisso marcado há vários dias, e teria ficado. Mas o pedido não aconteceu, então, a única alternativa era entrar no elevador.

Naquele quadrado pequeno, apertou o botão do andar pensando como tinha sido feliz naquele dia. Feliz mesmo. Sem restrições. Desceu no andar e correu pro quarto. Tinha vinte minutos pra tomar um banho, lavar os cabelos e se aprontar pra sair. Mas, não resistiu e foi até a janela. Imaginando se ainda veria alguma coisa. Nada viu.

Bem mais tarde, quando voltava de seu compromisso, parou novamente à porta do elevador. Sorriu e fez um trocadilho. Elevador – E leva a dor! Sim. Tinha levado a dor embora. Sorriu de novo e subiu para seu quarto, para dormir e sonhar.
Fátima Batista
Enviado por Fátima Batista em 05/11/2006
Reeditado em 01/12/2007
Código do texto: T283219
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