O primeiro baile – 9
Seu pai levantava-se muito cedo para ir para o trabalho e, ao levantar-se passava pelo seu quarto e a acordava. Ela, prontamente levantava-se, arrumava-se rapidamente, tomava o café da manhã, que ha esta hora já estava pronto, pois sua mãe era a primeira a acordar.
E em seguida saia para mais um dia de “luta”...
Ao sair de casa encontrava, quase sempre, uma das colegas que lá trabalhava também e seguiam juntas conversando.
Chegavam limpavam deixando tudo em ordem e,
ficavam á espera do patrão com as verduras e
frutas, fresquinhas, que trazia de São Paulo, do mercado municipal.
Estas verduras vinham em maços bem grandes, amarrados com uma tira de embira, os quais deveriam ser divididos em porções menores, para serem vendidos aos fregueses. Elas então faziam a divisão e, teriam que dividi-los de forma que, os pequenos maços ao serem vendidos, por um preço X , atingissem a quantia paga no maço grande e, mais o lucro.
Então teriam que prestar bastante atenção e fazer este trabalho bem rápido por que a freguesia, á esta hora, já começava a chegar...
Aquele pedaço de embira que vinha amarrando o
maço grande de verduras, era repartido na verti
cal, em diversas tiras, que, consequentemente
tornavam-se muito finas e, serviriam para
amarrar os maços pequenos. E aí, meus amigos,
aquilo cortava mais que navalha de barbeiro.
A pobre ficava com os dedos mindinhos, das duas
mãos, em petição de miséria!
Os fregueses eram, em sua maioria, mulheres, que
vinham comprar frutas e,verduras para o almoço.
Elas compravam pouco, porque, naquela época
quase nenhuma família tinha geladeira. Então eram:
duas ou três cenouras, o mesmo tanto de tomate,
mandioquinha, abobrinha, um pé de alface, cheiro
verde, um macinho de espinafre e por aí vai...