Ladrões do Jardim na infância
Eventualmente saíam para passear à noite com um único objetivo: roubar plantas e espécimes novas para colocar no quintal.
Clarice comandava ousadamente seu grupo formado por Sofia e Apolo, na época com 10 e 11 anos. Uma aventura, pois estavam fazendo algo ilegal.
Era um momento único pois mãe e filhos tornavam-se, naqueles momentos, cúmplices.
O misto de medo misturava-se à excitação e a adrenalina então era liberada.
O momento mais especial era a hora em que Clarice ficava na esquina observando se vinha alguém e Apolo com Sofia, sorrateiros, cortavam as plantas que desejavam levar para casa.
O serviço era feito pelas crianças porque Clarice poderia ser mal vista na vizinhança, caso fosse pega roubando flores nos jardins dos vizinhos e se seus filhos sofressem a infelicidade de serem surpreendidos, bastava que simulassem um momento constrangedor para uma mãe aflita na esquina à procura dos filhos.
Nunca foram pegos.
Ninguém sentiu falta das pequenas mudas roubadas.
As plantas continuaram crescendo.
Hoje uma goiabeira e muitas flores enfeitam um jardim na Rua Sergipe.