O primeiro baile... 7

 

 

Conversou com sua mãe e, resolveu fazer sua matrícula no curso de corte e costura.

Seria unir o útil ao agradável, pois ela mesma gostaria de fazer os seus vestidos, blusas e etc...

Deu início ao curso, mas aí viu que comprar o material que o mesmo exigia, ia ser bem difícil.

Pensou em desistir, mas logo teve uma idéia: Iria trabalhar e fazer o curso no horário da noite.

Mas, trabalhar onde? Quem lhe daria algo pra fazer? E, o que saberia fazer, a não serem os serviços de casa e cuidar dos irmãos?  È... Estava complicado... Desistir? Nem pensar!

Continuou freqüentando o curso na parte da tarde mesmo e, para tanto, pediu emprestado a tesoura da mãe, agulha, linha, sobras de tecidos que haviam restado das roupas que a mãe fizera e, assim foi levando. Teria ainda que comprar papel, a régua e um esquadro para poder fazer os moldes.

Pensou em conversar com o pai... Será que ele lhe compraria o que estava faltando? Estava meio pessimista, mas iria tentar.

Conversou com o pai á respeito de seus problemas, mas o pai não lhe dera resposta, por enquanto, iria pensar em seu caso...

O pai era motorista de caminhão, trabalhava carregando tijolos, de São Bernardo do Campo para Santos, onde, naquela época, estava sendo construída a Cidade Ocian, na Praia Grande, litoral paulista.

Passaram-se uma ou duas semanas e, qual não foi a sua surpresa, quando o pai, chegando do trabalho, lhe trouxera o que ela havia pedido, e mais, uma tesoura nova (que ela guarda consigo até hoje) e uma bolsa linda, feita de palha de milho, para levar o material do curso. Tudo isso, comprado em uma feira que havia ás sextas feiras lá em São Bernardo do Campo, de onde também ele trazia os tijolos para a construção da cidade Ocian, lá em Santos.

Não querendo acreditar no que via, agradeceu-lhe com um beijo caloroso na face e ouviu dele: _ Não precisa agradecer minha filha, você merece, só quero que faça tudo direitinho, como vem fazendo até hoje!

Ficou muito feliz!

Mas, aquela idéia de transferir o curso para o horário da noite e trabalhar durante o dia não foi descartada.

Queria ganhar seu próprio dinheiro e, até quem sabe, ajudar os pais no que pudesse.

 

Continua.

 

 

Zelia C Silva
Enviado por Zelia C Silva em 13/02/2011
Reeditado em 10/09/2011
Código do texto: T2790162
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