O poste

O poste da rua Ipiranga estava a iluminar a calçada por ali. Não havia anoitecido ainda, mas seu turno iria durar até o raiar do dia seguinte, sem descanço. Começava a esfriar conforme o tempo passava, era sempre assim enquanto ele estava ali, não tinha parada.

Talvez fosse aquele poste ali estático que tenha guiado tantas pessoas naquela rua, seria um breu sem ele ali, ou aquele poste que tenha acompanhado a infância das crianças que brincavam por ali.

Já passaram-se horas e ele ainda estava aceso, muitos carros passavam por aquela rua, muitas pessoas caminhavam por debaixo dele, e ele nem cumprimentava, talvez nem elas dessem conta da presença dele ali, era um elemento comum, apenas mais um na multidão.

O dia amanheceu e foi tomado pela forte névoa que cobria boa parte da rua Ipiranga, os jovens preparavam-se para ir para a escola, quando o poste apagou.

Derek Matthews
Enviado por Derek Matthews em 12/02/2011
Código do texto: T2787826
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.