Onde está meu pai?
Esta história conta sobre uma adolescente que não conhece seu pai verdadeiro e tem gerado um intenso conflito entre ela e sua mãe. Trata-se de Ana Lúcia, uma menina como outra qualquer; filha de dona Hilda, uma mulher batalhadora formada em publicidade. Hilda optou em dedicar-se à família, após conhecer e casar com Artur. Um policial civil, com quem teve um filho chamado, Sullivan.
Em situação um pouco conturbada, dona Hilda, mulher batalhadora e sempre objetiva; não media esforços para ver a felicidade de todos.
Dona Hilda tem sofrido muito por causa de um relacionamento mal resolvido no passado. Ana Lúcia é fruto do romance entre dona Hilda e Silvio, um sujeito que sempre aparentava boa pinta e conquistador, além de apresentar-se como um bem sucedido executivo de uma empresa multinacional.
Hilda, apesar de tudo se sente muito feliz com Artur, seu esposo, pelo qual se conheceram e tem sido muito prestativo até em momentos difíceis. Já Ana Lúcia o ignora e só pensa em poder conhecer seu pai verdadeiro.
Hilda por sua vez, tenta fazer de tudo para convencer Ana Lucia a esquecer Sílvio e diz que o mesmo não presta e quem tem sido um pai verdadeiro pra ela é Artur.
Difícil esta situação, Ana Lúcia não aceita qualquer argumento; entende ela que por mais que o pai possa não prestar como sua mãe disse, é direito dela pelo menos ficar frente a frente com ele.
Ana Lúcia já não vem bem nos estudos, motivo este que levou o diretor da escola a chamar por dona Hilda.
Pois é dona Hilda, sua filha está insuportável; não sabemos o que fazer, a senhora tome alguma providência ou teremos que tomar uma solução drástica.
Eu sei diretor, Ana Lúcia está muito rebelde; peço-lhe paciência, ela vai melhorar.
Faz tempo que me diz isto, e nada!
Vejo que ela precisa de um bom psicólogo, de um bom psicólogo!
Sim diretor, vou conversar com ela, tenho certeza que ela vai mudar.
A questão psicológica faz parte deste imbróglio e dona Hilda sabe bem disso, mas está convencida que o melhor é não deixar Ana se aproximar de Sílvio, seu pai; nos momentos mais difíceis de dona Hilda, Sílvio esteve ausente, além de humilhá-la muito nas poucas vezes que se viram.
Certo dia houve uma grande discussão entre Ana Lúcia e dona Hilda.
Onde está meu pai?Diga, porque me esconde?
Filha porque isso agora?Esse que você quer conhecer nunca se importou por você, jamais quis te assumir, você não tem idéia o quanto sofri. Você tem uma família, tem a mim, seu irmão e Artur queiram ou não, é seu pai e você tem que concordar com isso.
Tudo bem, Artur é meu pai, o céu sempre será azul, a vida é bela não é mãe?
Você acha que é só um piscar de olhos, a coisa muda?E meus sentimentos não valem nada?
Ana Lúcia, este assunto acaba aqui; esta é sua família queira você ou não!
Pra mim não acabou mãe, vou sair desta casa agora mesmo!
Ana Lucia vai rapidamente ao quarto, bate forte a porta; depois sai do quarto com algumas roupas na bolsa e dona Hilda diz:
Você está maluca, quem você pensa que é?O mundo aí fora não é o que você imagina.
Não se preocupe, eu sei me virar; já que não quer me ajudar... Tchau!
Filha volte aqui!Volte, volte! Vamos conversar!
Ana! Você tem sua família, sua escola, não saia assim desse jeito!
Não, não tenho ninguém, muito menos escola!
Pois é, Ana Lúcia estava mesmo disposta a sair de casa a procura de seu pai.
Ana Lúcia está alterada, disse dona Hilda, ela não sabe se virar; é apenas uma adolescente revoltada, antes de escurecer ela estará de volta.
Hilda, esta menina precisa de um bom tratamento psicológico,se você quiser,posso tomar algumas providências. Disse Artur, marido de dona Hilda.
Vamos esperar mais um pouco querido, quando ela voltar resolverá junto. Mesmo porque tenho certeza que ela está bem, pelo menos neste momento.
Por que você tem esta certeza, Hilda?
Ora, porque qualquer briguinha que ocorre ela vai correndo pra casa da Edna, incrível esse apego que elas têm!
Enquanto isso...
Pois é tia, briguei com mamãe de novo!
De novo? Você e sua mãe não te jeito mesmo!
Sim tia, eu e mamãe nunca vamos nos entender, você deve muito bem saber do que estou falando.
Aquele assunto de seu pai Ana Lúcia? De novo não, dá um tempo!
Tenho todo direito de saber do meu pai, não entendo porque evitam que me aproximo dele e qual motivo evitam falar dele pra mim.
Minha querida sobrinha sei do seu direito, do seu sofrimento, mas ouça o que sua mãe diz.O passado não foi tão generoso com ela,voltar a este assunto é doloroso demais.Volte pra casa, sua mãe deve estar muito preocupada.
Não, não saio daqui enquanto você não dizer tudo de meu pai e como encontrá-lo!
Tudo bem Ana, tudo bem! Vou lhe contar, mas você vai me garantir que irá embora, pois sua mãe com certeza vai ligar à sua procura.
Pois bem, sua mãe conheceu Sílvio, seu pai em um evento empresarial; naquele momento em diante, não se separaram mais, foram se envolvendo, se envolvendo, veio você linda e cheio de saúde!
E daí tia? Conta mais, conta!
Calma Ana, calma!
Seu pai era uma pessoa ambiciosa, queria ganhar dinheiro rápido e dizia estar envolvido em um trabalho de uma multinacional, viajaria pra Europa e ficaria muito rico; era um verdadeiro sonhador, por conta de tamanha ambição, deixou sua mãe grávida de você e se mandou sem ao menos dar satisfações. Sua mãe sofreu muito, foi maltratada e humilhada, ele nunca quis saber de você, nem ao menos sabe seu nome. Por isso que ela tem evitado falar de seu pai,não que haja alguma mágoa ou rancor,mas porque mexer com o passado é doloroso,muito doloroso!
Mas tia foi tão doloroso assim? Por acaso meu pai era um monstro?
Querida, não foi fácil para sua mãe, pois Sílvio depois que começou a se envolver com os negócios, ficou pior ainda. Acredite, chegou ao ponto de ameaçar sua mãe de morte caso continuasse a procurá-lo. Foi assim que certo dia apareceu Artur, um policial. Sua mãe se apaixonou e estão muito felizes juntamente com você e seu irmãozinho, sullivan.
Mas que mal tem eu conhecer meu pai?
Mal nenhum, seu pai mora atualmente na Europa e quando viaja pra cá, nem procura por sua mãe e muito menos por você.
Por que isso, que faz alguém agir assim?
Ana, seu pai é um sujeito um tanto misterioso, não sabemos muito dele; talvez esteja envolvido com alguma coisa que não queira nos envolver.
Envolvido no que?
Não queria te dizer, mas Sílvio enriqueceu rapidamente. Depois de se envolver com sua mãe e sumir, foi primeira página de jornal sob acusações em envolvimento com tráfico de drogas, mas como neste país quem tem dinheiro tem vez, o caso foi arquivado por falta de provas.
Não acredito meu pai um criminoso, traficante?
Ana ele pode ser o que for, mas sempre será seu pai. Você tem que entender que o mundo dele e o seu é totalmente diferente. Lembre-se Artur tem sido um ótimo pai pra você!
Isso não me faz desistir de encontrá-lo e você vai me ajudar!
Tudo bem, o telefone está tocando,deve ser sua mãe.
Hilda, tudo bem?
Bem nada! Ana saiu de casa totalmente desorientada, estou muito preocupada e preciso de sua ajuda, tenho certeza que ela está aí com você. Converse com ela, por favor.
Calma minha irmã, calma! Ana está comigo sim e estamos conversando, ela está mais tranqüila agora.
Que alívio, bom que ela está bem, diz a ela que em poucos minutos estarei ai para buscá-la, até mais!
Pois é Ana Lúcia, sua mãe virá te buscar, tudo bem?
Tudo bem tia, mas antes me diga como encontrar meu pai ou algum parente dele, por favor, não te pedirei mais nada!
Assim você me complica já te falei demais. Se você me garantir que não vai fazer nenhuma besteira, pegue este endereço, é onde moram as suas avós, pais de Sílvio.
Enquanto Edna precisou atender algo que deixou no fogão, Ana aproveitou o vacilo e se mandou com o endereço em mãos.
Minutos depois dona Hilda chegou para buscar Ana.
Hilda,quando fui à cozinha Ana se aproveitou e sumiu,foi muito rápida!
Mas Edna, porque não segurou mais um pouquinho, você falou alguma coisa? Eu te conheço, quando alguém quer algo de você é só apertar que sai caldo.
Hilda eu falei tudo pra ela; fiz o que você nunca teve coragem de fazer!
Tudo bem Edna, mas onde foi esta menina? Essa hora já está escurecendo.
Dei o endereço dos pais de Sílvio, neste momento ela deve estar chegando lá.
Edna torça para que Ana esteja bem, pois se acontecer alguma coisa com minha filha, você vai se vir comigo, tchau!
Aonde você vai, não quer tomar um chá?
Não tenho tempo pra chá, vou atrás de Ana Lúcia!
Enquanto isso Ana Lúcia, sem desanimar vai chegando próximo da casa dos avôs paternos, cheia de esperança, pois além de ser uma menina decidida e objetiva, não faltava pra ela confiança.
Dona Hilda corre contra o relógio para evitar quem sabe este encontro, pois nem mesmo os avôs de Ana Lúcia a reconhece como neta, devido às dificuldades que Sílvio colocou para evitar qualquer vínculo.
Tarde da noite Ana Lúcia chega à portaria e não é reconhecida como provável filha de Sílvio.
Mas a menina não se dá por vencida, insistiu tanto que o porteiro se compadeceu e decidiu ajudá-la.
Menina, qual seu nome mesmo?
Ana Lúcia, por quê?
O seu Sílvio não mora aqui, só os pais dele, mas ele está vindo da Europa e está quase chegando aqui, quando ele chegar eu te aviso,
Obrigada!
Então Ana esperou tranquilamente a chegada de seu pai por algumas horas e quando Sílvio ia se aproximando o porteiro avisou a Ana e imediatamente a menina saiu, enquanto o porteiro gritava: cuidado, cuidado!
O carro de Sílvio freia bruscamente.
Você está maluca menina?
Não vê onde anda? Quase te atropelo!
O que você está fazendo aqui umas horas dessas?
Suma da minha frente, suma!
Ana Lúcia saiu muda, assustada e muito desesperada, atravessou a rua e foi colhida violentamente por um veiculo em alta velocidade e lançada longe aos olhares de Sílvio, seu pai.
Socorro, socorro! Chamem uma ambulância! Grita Sílvio desesperadamente.
O porteiro aflito se mobiliza para pedir ajuda e aproveita o momento para dizer que a menina atropelada dizia ser sua filha. Sílvio ficou pasmo, mudou seu semblante e enquanto Ana era conduzida ao pronto socorro, entrou em casa, se fechou num quarto e viu passar um longo filme sobre sua cabeça.
Enquanto isso dona Hilda chega e toma conhecimento de todo o acontecido e se desespera, mas logo sai em direção ao hospital para acompanhar Ana Lúcia.
Dona Claudete, mãe de Sílvio, o chama para conversar e entender o que estava se passando.
Pois é mãe, tenho que te dizer coisas que jamais lhe disse.
O que Sílvio, o que você tem pra me dizer?
É sobre esta menina que foi atropelada, ela diz ser minha filha. Não a conhecia e foi acontecer esta tragédia bem na minha frente. Quem me garante que não seja uma maluca qualquer?Tem doído pra tudo por aí.
Pode ser sua filha sim, a tia dela me ligou. Disse que a menina viria te procurar.
Ela está fazendo o que você, na condição de pai, não teve nenhuma iniciativa.
Ora, estava muito complicada a minha relação com Hilda, a senhora sabe né?
Sim Sílvio, eu sem muito bem que você era irresponsável e vivia aprontando ao ponto de deixar eu e seu pai aos nervos; nos fez acreditar que Hilda era uma pessoa má e sem escrúpulos. No entanto nem a conhecemos por conta de sua estupidez.
Mas mãe eu precisava escolher entre Hilda e meus projetos no exterior, entende?
Não justifica tal atitude, não justifica!
É mãe deveria ser mais responsável na época, mas agora o que devo fazer, será que serei bem recebido?
Não pense que só porque a menina veio te procurar, será tratado como um ilustre; vá se preparando para o pior.
Sei disso, mesmo assim vou até o hospital, talvez esteja precisando de alguma coisa.
Passado algumas horas Sílvio chega ao hospital e encontra com Hilda na sala de espera.
O que você está fazendo aqui? Seu pilantra sem vergonha!
Tudo sua culpa, não deveria voltar do exterior nunca mais!
O que é isso Hilda, o que é isso? Só estou aqui pra ver como está a menina!
Ela está bem, vai sair da UTI a qualquer momento, se era só isso pode ir embora!
Sim, vou embora, pois voltarei quando ela sair da UTI e principalmente quando você estiver mais calma. Não quero que as coisas fiquem piores do que já estão.
Ótimo Sílvio, melhor ir embora mesmo.
Sílvio por sua vez sai dizendo que estaria disposto a fazer de tudo para ajudar Ana Lúcia no que fosse preciso. Hilda, no entanto disse que Ana Lúcia vai ficar bem e não precisará da ajuda dele. Salientando que nos momentos mais difíceis ele a desprezou. Edna que estava no hospital achou por bem convidar Sílvio a sair. Ela estava prevendo algum desentendimento, já que Artur estava ao lado totalmente impaciente.
Após alguns dias Ana se recupera em sua casa, com ótimos sinais de melhora. Ana se mostra ansiosa após saber que seu pai havia visitado ela no hospital.
Será que papai virá me visitar?
Nada disso, aquele cara não pisa nesta casa! Você não tinha nada que procurá-lo. Disse dona Hilda enfurecida.
Edna estava ao lado e disse:
Hilda minha irmã, pra quê tanto ódio e rancor? Deixe a menina se entender com Sílvio, é direito dela conhecê-lo!
Edna você parece que não entende, Sílvio é um tremendo falso, está se fazendo de bonzinho agora; se Ana não tivesse o procurado e infelizmente sofrido este acidente, será que ele a procuraria?
Hilda, mesmo assim esquece toda esta mágoa, isso pode pegar mal. Será que você ainda sente alguma coisa por Sílvio?
Nada disso Edna, nada disso! Estou muito feliz com Artur ele me deu um lindo filho e cuida de Ana como se fosse filha dele. Falando nele olha ele chegando...
Após Artur chegar, em seguida chega também Sílvio para visitar Ana Lúcia e é recebido gentilmente por Artur aos olhares raivosos de Hilda.
Hilda se retira e Artur leva Sílvio até o quarto de Ana e deixa-os só.
Sílvio se aproxima de Ana, entrega um lindo presente e diz estar muito feliz em vê-la e ao mesmo tempo se sente não ter a conhecido antes; Sílvio quase sem jeito tenta justificar seus erros é interrompida por Ana dizendo:
Poupe suas palavras, se queria me ver, agora pode ir, vá cuidar de seus importantes negócios!
Mas Ana pelo menos diz que me perdoa, sei que errei em não te procurar, mas eu estava de partida pro exterior a trabalho.
Que tipo de trabalho? Dizem que você é um tremendo trambique iro, é verdade?
Isso é conversa! Trabalho com importação e exportação e dou um duro danado!
Pai, a tia Edna falou sobre você e mamãe; por que não se casou com mamãe?
Ora, eu e sua mãe somos diferentes, pensamos totalmente diferente.Mas sua mãe é uma ótima pessoa e com certeza uma mãe maravilhosa. Tenho que ir, até breve!
Assim Sílvio dá um beijo em Ana Lúcia e vai embora, passando sob os olhares de Artur e dona Hilda.
Este Sílvio não me engana, fiz questão de recebê-lo para poder juntar minhas análises sobre este sujeito; trata-se de um pilantra, astuto e perigoso. Sílvio comanda uma empresa de fachada de importação e exportação, mas na realidade trata-se de uma grande distribuidora de drogas e armas em toda a Europa e Ásia.
Artur, como descobriu tudo isso?
Sou da polícia, esqueceu? Quem é do ramo, sente o faro facilmente; você lembra quando ele esteve lá no hospital? Daquele momento em diante passei a investigar sua vida e agora que consegui juntar as peças vou acionar todo o comando da polícia para providenciar a prisão de Sílvio.
Agora está explicado porque ele queria tanto ir para o exterior, ao ponto de me abandonar grávida e sem ao menos me procurar este tempo todo; sem contar este enriquecimento repentino.Disse dona Hilda.
Agora tem esta aproximação entre Ana Lúcia e ele, o que faremos Artur? Pergunta dona Hilda.
Ora meu bem, Sílvio procurou Ana por causa do acidente que presenciou, de maneira alguma diminui em nada sua situação com a justiça; ele vai ter que pagar por todos seus atos e pelo que investiguei o mesmo apesar de ter muito dinheiro não terá nenhum privilégio, pois não tem curso superior. Como você já disse Sílvio nunca te procurou nos momentos mais difíceis, possivelmente muito ocupados com estes negócios ilícitos ou para não envolver você ou qualquer pessoa da família.
Pois é, os podres de Sílvio começam a ser evidenciados, como será que Ana Lúcia vai reagir a isso tudo? Será que ela vai aceitar o fato de seu pai ser um fora da lei?
Bom dia filhinha dormiu bem?
Sim mamãe! Será que papai virá me visitar?
Não sei Ana, seu pai é um sujeito complicado, melhor viver nossas vidas e deixar Sílvio viver a dele, filha você tem uma família!
Mamãe, pelo menos me diz qual motivo que vocês não deram certo?
Já te falei, seu pai foi ao exterior assim que me engravidei de você; porém ele não quis nem saber, sofreu muito descaso, mas preferi dar importância maior a minha primeira gestação.
Não é justo uma mãe passar emoções negativas e sofridas durante uma gravidez; portanto Ana, tudo foi pensando em você.
Poxa mãe, muito obrigada por cuidar tão bem de mim até antes de nascer!
O telefone toca, Hilda atende e sem querer Ana escuta parte da conversa:
Hilda meu amor, estou no aeroporto co minha equipe, acabamos de prender Sílvio indiciado em tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro. Veremos-nos mais tarde, beijos!
Ana Lúcia não acredita no que houve e grita.
Mãe, manheeee! O que foi filha, pra que tanta gritaria?
Não pude evitar e escutei tudo sobre papai, ele foi preso, no que se meteu?
Filha seu pai está metido em alguns crimes e vai ter que pagar na cadeia.
Como foi que descobriram você não sabia de nada? Fiquei sabendo ontem através de Artur, eu não sabia de nada.
Artur? Tinha que ser o Artur mesmo, o que ele tem contra meu pai?
Eu detesto esse Artur, o odeio!
Ana, Artur é da polícia e está fazendo o trabalho dele; Sílvio tem que acertar com a justiça.
Mãe, não posso acreditar! Não conhecia meu pai e quando o encontro, quase sou morta por atropelamento e como se não bastasse descubro que meu pai não passa de um bandido,mafioso e traficante.AIII! Eu quero morrer! Eu quero morrer!
Calma Ana, calma! Sílvio é o que é, estou também abalada; jamais desconfiei dele, pois após sua ida ao exterior não soube notícias dele. Pensando bem, independente da situação que se encontra seu pai, ele sempre será seu pai, isso não vai mudar jamais.
Ana se fechou em seu quarto e chorou amargamente e passados alguns dias ela se restabelece e se mostra disposta a visitar seu pai na prisão na companhia de sua mãe.
Frente a frente, pai e filha. Sílvio, meio sem jeito e Ana com olhares fitos, emudecida.
Não queria que me vice aqui, não sei o que dizer. Disse Sílvio, cabisbaixo.
Pois é, tanto tempo querendo te conhecer, que lugar. Sonhava em passear de mãos dadas contigo em algum shopping ou parque e o que pra minha decepção conheço meu pai atrás das grades.
Filha, por favor, me entenda!
Filha? Agora sou sua filha, quando mamãe estava me esperando você a desprezou,agora que está na pior me reconhece como filha?Quero que apodreça nesta cela!
Ana me deixa falar, você vai me entender, eu falhei, sempre fui vida torta, portanto não te procurei pensando em proteger você e sua mãe; esta vida de crimes é uma verdadeira roubada, achei que ganhando muito dinheiro seria feliz, agora estou preso e ficarei por muito tempo aqui, pois todo dinheiro que ganhei será devolvido aos cofres públicos e sanará outras dívidas que estavam pendentes; além do mais estes crimes são inafiançáveis.
Diante de tudo isso você faria estes crimes de novo? Pergunta Ana.
Ana me arrependo de tudo isto, e justiça seja feita, estou disposto a pagar por todos os crimes que cometi; vou colaborar com a polícia no que ela precisar pois agora estou ciente que, quanto menos pessoas envolverem com coisas ilícitas como roubos e drogas, melhor será para todo mundo.
Quando sair daqui, quero viver belos momentos com você.
Pai pode ficar sossegado, pois não vou deixar de te visitar, nossos belos momentos podem ser de hoje em diante, tchau!
Pai e filha se abraçam calorosamente iniciando assim uma nova relação, mesmo naquele momento desconfortável.
Ana Lúcia deixa a delegacia amparada por sua mãe e Artur, rumo a sua casa.
Quase que diariamente, Ana visitava Sílvio na prisão os dois a cada dia iam crescendo mais os laços afetivos.
Ana Lúcia vive feliz como nunca, de tão disposta retomou as aulas a todo vapor e já faz ótimos projetos para o futuro.
O relacionamento em casa mudou completamente, Ana Lúcia está outra!
Poxa mãe estou tão feliz!
Estou vendo filha, estou vendo!
É mãe tenho uma família maravilhosa, Artur tem sido um verdadeiro paizão pra mim, você é uma mãe fantástica que não tenho nem palavras para expressar, tenho um irmãozinho lindo e fofinho e como se não bastasse, encontro meu pai que não conhecia e apesar de tantos atropelos, estamos nos dando muito bem, apesar dele ter sido condenado e transferido a um presídio, isso não impedirá de o visitar.
Filha estou muito feliz por você, e quanto a Sílvio você poderá visitá-lo quantas vezes quiser, mesmo porque segundo Artur me informou, seu pai não ficará muito tempo na prisão já que vem colaborando com a justiça para desmantelar quadrilhas e ainda por ser réu primário e ter bom comportamento isso vem favorecendo ele.
Bom saber mamãe, poderia pensar que ele estivesse querendo me enganar quando disse que estava arrependido, parece que se arrependeu mesmo.
É filha, o importante que ele se arrependeu e que procure realmente fazer somente o que é certo perante a lei, pois as conseqüências existem.
Assim termina esta história com um importante alento:
Tudo que fizermos,seja bom ou ruim, pode refletir e até envolver nosso próximo, nossa família e até uma sociedade.