Bom dia, Gullar!
Ela poderia estar passando por alguma das ruas do Centro do Rio de Janeiro e encontrar o poeta caminhando pela cidade, lépido, não no sentido ligeiro, mas, leve, tentando obter da cidade alguma inspiração para seu poema, para o "inesperado". E foi assim, inesperadamente, que Marta encontrou num chat o poeta do Poema Sujo. Para os céticos o melhor é nem continuar a ler este conto. Ora, numa sala de bate papo o que mais se encontra são Fernandos Pessoas, Guimarães Rosas, Cecílias Meirelles, por que não encontrar o Gullar!? Não vou entrar em detalhes quanto as provas da veracidade do ocorrido, fato é que Marta trocou assunto com o poeta por horas a fio. Talvez o interesse tenha surgido a partir do momento em que ela "brigou" com o poeta sobre um assunto qualquer: como se fosse algum colega cuja intimidade vem rápidamente nesses salas. Depois, como Marta demonstrava grande conhecimento da obra de Guimarães Rosa, o poeta resolveu testá-la. Mas, ela nada sabia do Poema Sujo, nem limpo de Gullar e, no entento, respondia prontamente qualquer coisa referida ao Rosa. O poeta ficou intrigado com o jeito campesino de Marta, e a prosa foi longe. Quase íntimos, passearam por outros autores de nossa literatura com bastante detalhamento, e Marta inteira. Até que chegou num ponto que o poeta diz pra Marta que ela nem precisa terminar seu curso de Letras pra dar aula de literatura, mas, que poderia dar uma olhadinha por aí na obra dele, pois, não que ele quisesse se gabar, longe disso, mas, poxa, tá acostumado com o reconhecimento nacional. Os dois se despediram indo cada qual pro seu canto...ou verso. "Será arte?" isso que o poeta fez? Sendo ou não o certo é que há uma certa Marta que conheceu o poeta numa simples sala de bate-papo, assim como se é possível encontrá-lo caminhando pela cidade. O poeta quer ficar "livre do mercado" pra chegar melhor ao poema "inesperado", "fora do esquema", mesmo que pra isso se possa encontrá-lo num simples bate-papo "sem o saber".