As horas
Sete horas
Pela milésima vez recoloco atrás da orelha uma mecha de cabelo que teimava em cair sob meu rosto.
Dou uma ultima olhada no espelho e sorrio satisfeita com o que vejo.
Oito horas
Desço as escadas em direção a mesa da cozinha, onde como de costume minha mãe me aguarda sentada para tomarmos café juntas.
Dou-lhe um beijo carinhoso de despedida e rumo ao ponto de ônibus.
Nove horas
Chego ao trabalho e cumprimento os colegas com o tradicional Bom dia.
Em minha mesa uma pilha de papeis a serem digitados novamente, dou um suspiro
de desanimo perdendo a esperança de sair mais cedo.
Meio dia
Depois “de varias divergências sobre aonde deveríamos almoçar, todos optam pelo velho restaurante de sempre.” O de comida por quilo em frente ao escritório.
O assunto do almoço foi a nova estagiaria sobrinha do chefe.
Quatorze horas
Volto a minha pilha de documentos, sendo interrompidas diversas vezes hora pelos telefonemas da mulher do chefe... Horas pelas perguntas insistentes da nova estagiaria.
Dezoito horas
Finalmente o expediente chega ao fim. Despeço-me desejando um bom final de semana a todos. Recuso uma carona oferecida por um colega, coloco meus fones de ouvido e ponho-me a caminhar cantarolando minha musica preferida do Bom Jovi.
Paro na calçada espero o semáforo fechar e atravesso a rua com passadas largas.
Dezenove horas
Vejo um carro vindo rápido em minha direção... Sou arremessada para longe
Sinto meu corpo inteiro doer.Penso na face de minha mãe .
Ouço burburinhos de pessoas que parecem estar a minha volta, mas não as enxergo.
Alguém toca meu pulso... Engraçado não sinto mais dor. Estou cada vez mais cansada
Meus olhos se fecham e caio em um sono profundo, do qual eu duvide que vá acordar...