O PRIMEIRO BAILE... 3

 

 

Caminhou por mais algum tempo e já com o braço cansado e dolorido de segurar as costas do irmão, e na outra mão o guarda –chuva, pois a posição na qual ela o carregava estava sendo um tanto incômoda, quase não agüentando mais, pensou em parar um

 pouco para descansar e mudar de posição. Mas logo lhe veio a idéia, de que, se parasse teria de colocar o pequeno no chão e, com isso ele iria molhar-se mais do que já estava molhado, lembrando

também que a mãe lhe prevenira, para que não o deixasse sair na chuva...

Seguiu com muito esforço e, de longe avistou o posto de saúde, o que a deixou mais confiante, pois sabia que o seu irmãozinho seria logo atendido.

Deu mais alguns passos e percebeu através da chuva, alguém que corria ao seu encontro.

Era o Sr. José Luiz. Ele a avistara de longe, reconhecendo-a, e notando o esforço que fazia para carregar o irmão veio ter com ela. Ao mesmo tempo em que tomava o pequeno em seus braços agasalhando-o com o seu jaleco branco, ia perguntando o que havia acontecido. Nem dando oportunidade á ela de lhe responder a pergunta feita, correu logo para a porta de entrada, pois só de ver a expressão daquela criança, notou o que estava se passando.  Colocando-o sobre uma maca, olhava á sua volta a procura de um aparelho de inalação e a medicação para o devido procedimento. Enquanto a inalação ia sendo feita, ele preparava outro medicamento, que seria ministrado em forma de injeção na

magra nádega do pequeno.

Depois daquele momento de tensão pelos quais passaram, ficaram os três em silêncio, á espera do efeito dos medicamentos.

Passado alguns momentos via-se já, a melhora, não tinha mais febre e seu rostinho mostrava, apesar de triste, um pouco mais de vida e serenidade...

A chuva havia passado, até um arco-ìris surgira no céu, estava na hora de voltar pra casa... Mas estava também na hora de encerrar o expediente lá no posto.  O bom e dedicado Sr José Luiz, apagou todas as luzes do local, desligou todos os aparelhos que deveriam ser desligados, fechou as janelas e trancou a porta do estabelecimento, tomando o pequeno nos braços, acompanhou-os até á casa...

                                                                              continua

 

 

 

 

 

 

 

Zelia C Silva
Enviado por Zelia C Silva em 23/01/2011
Reeditado em 26/02/2011
Código do texto: T2746129
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