No instante em que a mãe saiu, ela sentiu que seu irmão não
estava nada bem. Ficou um pouco preocupada, mas resolveu esperar por algum tempo. Quem sabe se com o correr das horas
ele fosse melhorar, a febre diminuísse e ela pudesse até brincar
um pouco... Será que mamãe irá demorar? Estes médicos custam tanto para atender... Da outra vez, quando foi com a mãe, foi
muito demorado.
Mas o tempo ia passando e, lhe parecia que o irmão não se restabelecia, pelo contrário...Ela pegou na mãozinha dele e observou: Suas unhas estavam ficando roxas, ele tremia de frio.
Meu Deus!
Ela teria que fazer alguma coisa! Mas chovia tanto! E esta
va sozinha, sem ninguém responsável que pudesse lhe ajudar, só lhe faziam companhia a irmãzinha menor e a do meio, mais nova que ela, os outros irmãos e o pai estavam fora, o pai trabalhando e os outros dois na escola. Nenhuma das duas poderiam ajudar em nada mesmo! E agora, o que fazer? Deteve-se á pensar... Lembrou-se então do Sr. José Luiz, o farmacêutico que atendia
no posto de saúde da pequena cidade. Ele saberia cuidar do irmão, pois era lá, no posto, que ela ia, a mandado de sua mãe, buscar todo mês, o remédio para ele... Era lá mesmo que ela iria!
Tão pequena, mas muito decidida! Pegou o guarda-chuva do pai,
abriu-o e botou no chão. Escarranchou o irmão na cintura, cobriu-lhe a cabeça com um pano e, com muito custo pegou o guarda-chuva e saiu, mas não sem antes recomendar aos que ficaram em casa , para que se cuidassem, pois não sabia o quanto iria demorar. O sacrifício seria grande, mas ela iria conseguir! Ia pelo caminho pensando se chegaria á tempo, se não seria em vão este seu esforço, pois sentia que o irmãozinho estava muito mal, quase não podia respirar...
O vento soprava forte e a chuva não parava de cair, ela quase não agüentava. O peso do irmão e, a força do vento batendo no guarda-chuva faziam com que aquele ser pequenino cambaleasse rua á fora...
Continua