Montanha russa
Você se senta. Fecha a trava de segurança. Há alguém importante do seu lado. Há muitos outros alguéns na sua frente e a suas costas. Espera alguns segundos. Às vezes grita, às vezes a ansiedade não deixa. Ela começa a subir.
Sobe, sobe, sobe, sobe. E devagar. Você vai saboreando o vento no seu rosto. Tudo está bem, calmo. A lentidão faz pensar que aquilo nunca vai mudar.
Mas muda. E rápido.
Ela desce numa velocidade incrível. A pessoa do seu lado segura forte na sua mão. A altura que você custou a alcançar se perde. E desce cada vez mais. Você até pensa que o chão nunca vai chegar.
Mas chega. Nem sempre tão rápido.
Começa a subir de novo, mas rápido dessa vez. Você não entende. Pensou que devia ir se acostumando com a descida.
Chega num ponto que não sobe mais. Faz um looping. Gira. Você não sabe mais dizer se sobe, se desce, se você gosta ou não. Confusão. Alguns gritam. Outros nem percebem que você está ali. Há uma mão que continua junto a sua.
Volta a descer. Com calma agora. Tudo está mais tranquilo. A velocidade diminui e diminui e diminui. Então ela para. Os gritos cessam. As pessoas riem. Você ri. Até ouvir alguém do seu lado perguntar:
– Vamos de novo?