2 = BRASIL, O PAÍS DAS MARAVILHAS
Em Portugal a fama da riqueza e das facilidades de enriquecer no Brasil eram muito comentadas e exageradas.
Joaquim estava entusiasmado, disposto a tentar a sorte no longínquo e desconhecido país e já fazendo planos e mais planos para a nova vida no país das maravilhas.
Quem não estava gostando nada disso era Yolanda, a esposa do Joaquim.
- Eu acho uma loucura ir para um país distante, com três filhos pequenos sem saber nem mesmo ao certo o que vamos fazer lá, e se não der certo? Como é que a gente vai fazer para voltar?
- Nós não vamos voltar a não ser, já ricos, de primeira classe para visitar os amigos que vão ficar aqui marcando passo com medo de arriscar. Vamos ser admirados e invejados. Você vai ver!
- Não sei, não. Você está delirando. Isso vai ser um calvário a começar pela longa viagem de navio, fico apavorada só de pensar em dias e dias no meio do mar sem ver terra firme.
- Bobagem! Você vai gostar. Nunca pudemos fazer uma viagem. Esta é a nossa oportunidade de conhecer as emoções de uma viagem longa, outras terras, outras gentes, outras culturas!
Nem mesmo quando Yolanda disse que estava desconfiada de que estava grávida ele perdeu o pique:
- Ótimo! Vai chamar-se Brasilio... Ou Brasília.
Yolanda não se convencia. Estava cada vez mais apavorada com a mudança, mas, por outro lado reconhecia que o Joaquim era corajoso e capaz. A vida em Portugal estava muito difícil, pois o país atravessava uma crise.
Péricles, o filho, então, não cabia em si de alegria e entusiasmo.
Na escola, os meninos não falavam em outra coisa. Contavam e exageravam a riqueza da América.
- Dizem que lá tem ouro misturado com a areia, à gente vê brilhando com o sol!
- Os meninos de lá jogam gude com bolinhas de esmeralda.
- Que é esmeralda?
- Uma pedra preciosa que vale um dinheirão.
E por aí afora.
Em casa, o pai falava de seus planos miraculosos, de como tudo aqui era bom e bonito, de quanto iam trabalhar para ganhar muito dinheiro e o que fariam quando fossem ricos.
- Os meninos lá na escola dizem que as índias andam peladas. É verdade?
- É verdade, mas ninguém se importa com isso. É costume entre os índios
Yolanda retruca zangada:
- Vá ver que é isso o seu assanhamento de ir para o Brasil. Quer ver as índias.
- Deixe de ser boba, mulher, imagine se eu preciso atravessar o Oceano para ver uma mulher pelada!
- Mas a gente vai morar perto dos índios? Dizem que eles comem gente.
- Não, eles moram em áreas reservadas. A gente vai morar longe deles. Provavelmente não vamos nem conhecê-los. E os índios do Brasil não comem gente, não.
Belinha, a filha menor fica dividida. Empolga-se com a novidade, mas fica meio insegura vendo a atitude da mãe.
- Mamãe, lá no Brasil você deixa dormir na sua cama?
- Por que isso, menina?
- Porque eu vou ficar com medo do índio!
Em Portugal a fama da riqueza e das facilidades de enriquecer no Brasil eram muito comentadas e exageradas.
Joaquim estava entusiasmado, disposto a tentar a sorte no longínquo e desconhecido país e já fazendo planos e mais planos para a nova vida no país das maravilhas.
Quem não estava gostando nada disso era Yolanda, a esposa do Joaquim.
- Eu acho uma loucura ir para um país distante, com três filhos pequenos sem saber nem mesmo ao certo o que vamos fazer lá, e se não der certo? Como é que a gente vai fazer para voltar?
- Nós não vamos voltar a não ser, já ricos, de primeira classe para visitar os amigos que vão ficar aqui marcando passo com medo de arriscar. Vamos ser admirados e invejados. Você vai ver!
- Não sei, não. Você está delirando. Isso vai ser um calvário a começar pela longa viagem de navio, fico apavorada só de pensar em dias e dias no meio do mar sem ver terra firme.
- Bobagem! Você vai gostar. Nunca pudemos fazer uma viagem. Esta é a nossa oportunidade de conhecer as emoções de uma viagem longa, outras terras, outras gentes, outras culturas!
Nem mesmo quando Yolanda disse que estava desconfiada de que estava grávida ele perdeu o pique:
- Ótimo! Vai chamar-se Brasilio... Ou Brasília.
Yolanda não se convencia. Estava cada vez mais apavorada com a mudança, mas, por outro lado reconhecia que o Joaquim era corajoso e capaz. A vida em Portugal estava muito difícil, pois o país atravessava uma crise.
Péricles, o filho, então, não cabia em si de alegria e entusiasmo.
Na escola, os meninos não falavam em outra coisa. Contavam e exageravam a riqueza da América.
- Dizem que lá tem ouro misturado com a areia, à gente vê brilhando com o sol!
- Os meninos de lá jogam gude com bolinhas de esmeralda.
- Que é esmeralda?
- Uma pedra preciosa que vale um dinheirão.
E por aí afora.
Em casa, o pai falava de seus planos miraculosos, de como tudo aqui era bom e bonito, de quanto iam trabalhar para ganhar muito dinheiro e o que fariam quando fossem ricos.
- Os meninos lá na escola dizem que as índias andam peladas. É verdade?
- É verdade, mas ninguém se importa com isso. É costume entre os índios
Yolanda retruca zangada:
- Vá ver que é isso o seu assanhamento de ir para o Brasil. Quer ver as índias.
- Deixe de ser boba, mulher, imagine se eu preciso atravessar o Oceano para ver uma mulher pelada!
- Mas a gente vai morar perto dos índios? Dizem que eles comem gente.
- Não, eles moram em áreas reservadas. A gente vai morar longe deles. Provavelmente não vamos nem conhecê-los. E os índios do Brasil não comem gente, não.
Belinha, a filha menor fica dividida. Empolga-se com a novidade, mas fica meio insegura vendo a atitude da mãe.
- Mamãe, lá no Brasil você deixa dormir na sua cama?
- Por que isso, menina?
- Porque eu vou ficar com medo do índio!