Mona 17
Era linda. Cachos castanhos sobre o vestido azul-bebê. Os olhos feitos de vidro simulavam verde e o laço vermelho era o melhor retoque. A maquiagem era modesta e os lábios róseos pareciam de verdade. Mona passara por um antiquário e não conseguia parar de olhar para uma boneca.
"Ela... é tão perfeita."
Já em casa, Mona apreciava sua compra bem sucedida antes de dormir. O rosto da boneca era frágil, mas passava um sentimento caloroso para sua dona.
Maravilhada, Mona coloca a boneca no criado-mudo ao lado do sofá e desliga o abajur. Ela estava pensando em qual nome poderia dar à boneca quando acordasse.
"Onde eu estou?"
Mona tentou se levantar. O chão parecia estar iluminado apenas no lugar em que Mona estava deitada e tudo o mais era escuridão. Seus braços e pernas estavam livres, mas por algum motivo ela não conseguia senti-los nem mexê-los.
"Tem alguém aí? Socorro."
De repente, Mona ouve uma risada infantil e olha com o canto dos olhos para os lados. Ela, então, perde a visão e para de ouvir as risadas. Há um aroma doce no ar, mas logo ela também o deixa de sentir. A garota entra em pânico e, quando volta a enxergar, há uma menina de olhos verdes e vestido azul-bebê fitando-a em seu colo.
A garotinha sorriu e Mona acordou.
"Entendi. Seu nome vai ser Esperança."