Mona 13

Estava chovendo. A terra cavada agora se tornava lama. Mona repuxou os cabelos e os prendeu em um rabo, então continuou a cavar. Suas mãos calejavam ao empunhar a pá.

"Vou encontrar... Sim, falta muito pouco."

Suas roupas estavam imundas, assim como os pés enlameados. Ela não se importava com nada, porém. Pelo menos ninguém a vira, caso contrário, Mona teria que fugir.

"Está aqui, eu tenho certeza! Vamos, só mais um pouco..."

Os olhos brilhavam enquanto ela retirava a terra e formava uma vala. Subitamente, a pá encosta em um objeto mais duro: uma caixa de aço. Mona agarra a caixa e a leva para debaixo de uma árvore. Está noite.

Iluminando uma chave com uma lanterna, abre a caixa com sucesso e tem uma sensação gloriosa.

"Sim, é isso!"

Dentro da caixa, Mona vê um portarretrato com uma foto antiga guardada. Um casal - os pais - duas meninas - as filhas - gêmeas idênticas. Ela sorri, alegre.

"Então era verdade. Você existe mesmo, irmã."

Mas o momento risonho de Mona logo cessa. Ela percebe que há pessoas chegando e foge com a caixa. Pula o muro e passa pelo carro de polícia sem fazer muito barulho. Ela deixa para trás a pá e o buraco que cavara ao lado de seu túmulo.

"Você existe, Mona."

Zizibs
Enviado por Zizibs em 07/01/2011
Código do texto: T2715276
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