Tatu
Meu pai, Mário Alves de Andrade, falecido aos 69 anos em 1978, era farmacêutico. Sempre estava em lugarejos aqui da região. Era muito caridoso e muito ententido embora farmacêutico da área médica.
Certo dia atendeu um cliente conhecido diagnosticando sua doença, coisa que os médicos locais não haviam descobrido.
Satisfeito o homem disse: Sr. Mário, como sinal de minha alegria por ter me curado vou lhe trazer um tatu.
Os dias foram passando e sempre que o rapaz encontrava meu pai, meio sem graça, falava; Sr. Mário, não esqueci do tatu não.
Os dias mais uma vez foram passando e o rapaz começou a se esconder por não ter cumprido o prometido não sei por qual razão, embora meu pai nem se importasse com isso.
Depois de muito tempo o tal rapaz despercebido andandando pela rua cruzou frente a frente com meu pai que havia saído de um outro comércio.
Tomado pelo susto mas com as palavras na ponta da língua, proferiu uma frase jamais esquecida por minha mãe, hoje viva aos 82 anos.
SR. MÁRIO, AGORA SÃO DOIS TATUS.